quarta-feira, 13 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 125

 

Policiaristas - Sete de Espadas

Fotografia de blogue O Inspector Fidalgo, de 1 de fevereiro de 2024


A página de hoje é sobre aquele que é considerado o principal nome do policiário português. Sem dúvidas, que para a geração que se iniciou em Mistério Policiário será a maior referência. Nasceu na Chamusca em 1 de fevereiro de 1921 e faleceu em 9 de dezembro de 2008. Tinha o nome era Manuel José da Piedade Lattas. O seu início no policiário ocorreu numa secção dirigida por Gentil Marques (Repórter Mistério), ficando sempre ligado ao policiário.

A sua maior notoriedade surgiu como produtor e seccionista, atividades que lhe ocupavam muito do tempo necessário para se ser um solucionista de excelência. Nas palavras de Luís Pessoa, Sete de Espadas é o homem que expandiu o policiário português e lhe deu expressão.

Em abril de 1955 realizou-se o primeiro convívio policiário em Ponte de Sôr, cuja reportagem Sete de Espadas publicou em 1976 no Mundo de Aventuras.

Fotografia retirada do blogue Crime Público de 1 de agosto de 2008, mostrando Sete de Espadas em abril de 1955 no convício de Ponte de Sôr

Quanto ao início da sua atividade policiária, já foi escrito como terá ocorrido, não se sabendo datas exatas, mas não será de excluir a secção Mistério e Aventura, na Vida Mundial Ilustrada.

Seria com esta designação, Mistério e Aventura, que em 12 de janeiro de 1947, Sete de Espadas orientaria a primeira das muitas secções que tiveram o seu nome na coordenação do espaço, no Jornal de Sintra.

O Jornal de Sintra, era um jornal regional generalista, aberto a todo o público, nomeadamente o adulto, pelo que em 15 de março de 1948 aparece uma grande inovação com a secção surgida na revista Camarada, órgão da Mocidade Portuguesa, portanto ligada ao Estado Novo,  que se dirigia a um público muito mais jovem, designadamente, o infantil. Era uma mudança muito grande nos objetivos de uma secção policiária, entre o que se passava no Jornal de Sintra e na revista Camarada. Era uma segunda versão de Mistério e Aventura, mas com um público muito diferente. A secção da revista Camarada terminou em 30 de dezembro de 1950.

Imagem extraída do blogue Repórter de Ocasião de 1 de outubro de 2023, reproduzindo uma página da revista Camarada


A década de 50 faz Sete de Espadas surgir em múltiplos locais, orientando secções.

Em 1953 na revista Lente orientou mais uma seção Mistério e Aventura.

Em 1953, em mais uma publicação da Mocidade Portuguesa, a revista Guião, surge Mistério e Aventura. Com o mesmo nome, e nesse mesmo ano, surgiu na orientação de uma secção no jornal O Sporting.

Entre 14 de agosto de 1954 e 7 de dezembro de 1957 orientou uma secção em mais uma revista de banda desenhada, no Cavaleiro Andante. Foi Página 17, assim chamada, por, inicialmente, ser nessa página da revista que era publicada. Inicialmente assinou a orientação da secção como Misterioso C. A., e depois como D. Misterioso.

Em 1954, na companhia de Rui Silvestre faz a orientação de uma secção em O Mundo Automobilístico: O Crime Não Compensa.

Também em 1954 em mais um jornal ligado ao regime político, Ordem Nova, orienta Na Pista da Verdade. Ainda nesse ano orienta Mistério e Aventura no jornal Actualidades.

Em Fim de Livro, foi uma das secções mais interessantes que existiu. Não tinha as limitações de espaço que existiam nas outras publicações e surgia nas últimas páginas da Coleção Xis. Surgiu em 1953 e terminou, por decisão do editor em 1956, devido a um conflito surgido entre Sete de Espadas e um concorrente.

Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo, de 29 de junho de 2024. Fotografia do Sete de Espadas de 27 de dezembro de 1975 na Marinha Grande

Em 1975 regressou na revista Crime, entre fevereiro e setembro, e em 13 de março desse mesmo ano, na revista Mundo de Aventuras, mais uma revista dedicada à juventude, surgiu a orientar uma secção que foi alfobre de muitos policiaristas, Mistério Policiário, que só terminaria mais de 11 anos depois, em 1 de abril de 1986.

Primeira página da secção Mistério Policiário. Imagem retirada do blogue Repórter de Ocasião de 1 de outubro de 2023


No mesmo ano de 1975, surgiu na revista Mundo de Aventuras Especial com mais uma secção. A revista tinha uma publicação muito irregular, tendo, apenas, durante alguns meses de 1976, periodicidade mensal. A secção chamava-se Há Horas para tudo… esta é a hora do Policiário. Começou na revista publicada em maio de 1975 e terminou em dezembro de 1978, num total de 17 revistas.

Em Agosto de 1976, iniciou mais uma secção chamada Mistério e Aventura, desta vez na revista Quebra-Tolas.

Pouco depois tornou-se o principal responsável pelo Magazine XYZ e, alguns anos depois, criou no semanário O Crime, a secção Mistério e Aventura, entre 1984 e 1989.

Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo, de 18 de abril de 2024, mostrando a secção do jornal O Crime

Após o fim de Mistério e Aventura, em O Crime, orientou no mesmo semanário a secção Édipo e Esfinge, desde 1996 até à sua morte, onde também apresentava Charadas.

Entre novembro de 1998 e maio de 2001, orientou mais uma secção Mistério e Aventura na revista Selecções BD.

Pode-se ver, por todos estes exemplos, os grandes esforços feitos por Sete de Espadas na divulgação do Policiário, não se devendo esquecer o grande papel que desempenhou na edição de XYX Magazine, que se publicou até ao número 35, (não saíram o 30 e o 31).

Já nos anos 50 tinha tido um papel muito importante no Clube XYZ e que editou o Boletim XYZ. Seria aliás esse clube que estaria na génese do final da secção Em Fim de Livro.

Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo de janeiro de 2024, mostrando Sete de Espadas.

Sete de Espadas esteve presente em múltiplos convívios, designadamente na época do Mistério Policiário, onde, quase com frequência mensal, ele corria o país marcando presença nos diferentes encontros e contribuindo desse modo para a divulgação do policiário.

Logo no início da sua carreira como policiarista Sete de Espadas começou a escrever problema policiários. Teve problemas publicados em muitos locais: Jornal de Sintra, Altura, Camarada, Em Fim de Livro, Página 17, Flama, Mundo de Aventuras, Mundo de Aventuras Especial, Passatempo, O Crime, O Almeirinense, Sábado, Guião, Cavaleiro Andante, Correio do Ribatejo, Público e Selecções BD. Em alguns casos tratou-se de republicações.

Fotografia no blogue O Inspector Fidalgo de 9 de fevereiro de 2024. Sete de Espadas em Braga em 1993.

O tempo que a orientação de tantas secções lhe levava não lhe permitia ser um solucionista de excelência, pois tal obrigava a uma longa atenção aos problema, mas a produção de problemas já lhe permitia, por não ser tão longa, a escrita de alguns bons enigmas.



Fotografia retirada do blogue O Inspector Fidalgo de 15 de abril de 2024 mostrando Sete de Espadas na Amadora, em 24 de março de 1995

Desse modo foi vencedor em produção no Torneio de Preparação , na revista Guião, em 1953  e em 1958 do I Torneio Nacional de Problemística Policiária.


Fotografia retirada do blogue Repórter de Ocasião  de 12 de maio de 2025, retratando Sete de Espadas em 24 de abril de 1977

É bastante fácil encontrar imagens que registem a presença de Sete de Espadas em numerosos convívios nos anos 70, mas quer anteriormente, quer posteriormente, é possível encontrar fotografias suas nos vários locais do país onde foram decorrendo esses encontros.

domingo, 10 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 124

 


Hoje o tema do teste é dedicado à Coleção Vampiro; a coleção de livros policiais que mais tempo durou em Portugal. Publicou mais de 600 volumes, onde podem ser lidos variados autores. 

Parece-me um teste fácil, porque os nomes são conhecidos e, mesmo nas questões mais complexas, podem isolar-se alguns nomes, sobre os quais poderá ser feita uma pesquisa mais aprofundada.

Todas as questões aqui colocadas, se referem a autores publicados nesta coleção.

Prova nº 6                                                               Torneio Quem é?

Coleção Vampiro

Autor: Paulo


1 – Este é um autor que surgiu muito pouco na Coleção Vampiro e nunca com a sua personagem mais conhecida. Nasceu, pouco passava da metade do século XIX, filho de pai inglês e de mãe irlandesa, que lhe ensinaria as primeiras letras.

Formou-se em medicina, o que, muito provavelmente, lhe forneceu elementos que utilizou nos seus escritos.

A sua personagem principal tornou-se sinónimo de detetive, tal foi o sucesso que teve logo de início, e que continuou ao longo dos anos, levando a que muitas das  suas obras tivessem adaptação cinematográfica e televisiva.

Farto da sua personagem, o criador pretendeu matar a criatura, mas a pressão do público e do editor, fez com que a morte fosse apenas encenada, surgindo o detetive em mais algumas histórias após a sua "ressurreição".

Apesar da dedicação à literatura, continuou a exercer a sua atividade profissional, tendo também participado na Guerra dos Boers. Morreu em 1930.

a) Quem é o autor a que se refere o texto?

b) Quem é a personagem que ele criou e que é referida no texto?


2 – Foi uma das autoras mais publicadas na Coleção Vampiro, Nasceu ainda no século XIX, escreveu contos, romances, poesia e peças de teatro. É considerada a rainha do crime, sendo uma das autoras que mais usa os venenos nas suas obras, situação a que não será alheio o facto de ter trabalhado num hospital e numa farmácia durante a I Guerra Mundial. O seu segundo casamento com um arqueólogo também a levou a localizar algumas das suas obras neste meio, designadamente no médio oriente.

A sua principal personagem, um detetive belga, criou a expressão "células cinzentas" e tem  sido adaptado em séries televisivas e no cinema, sendo vários os atores que o interpretaram, sendo David Suchet aquele que  deixou uma marca mais indelével.

Esta autora faleceu, já a década de 70 do século XX tinha passado a metade. 

Sublinhe-se ainda uma entrevista feita por Artur Varatojo a esta escritora.

a) Quem é a autora referida no texto?

b) Qual é a personagem que ela criou e utiliza a expressão "células cinzentas"?


3 – Foi um escritor belga,  cuja vida decorreu totalmente no século XX.

Apesar da sua nacionalidade, a principal personagem que saiu da sua veia criadora era um polícia francês, cujo primeiro nome era Jules, que nasceu na localidade fictícia de Saint-Fiacre, viveu no Boulevard Richard Lenoir, e que quando começou os seus casos ainda existia pena de morte aplicada pela justiça francesa. O último episódio com esta personagem surge já na década de 70, cerca de 40 anos depois do primeiro. A sua fama foi tanta que existe pelo menos uma estátua, nos Países Baixos, onde surge esta personagem, que resolve os crimes, não com base em ação, mas no conhecimento psicológico dos suspeitos.

Este autor foi extremamente prolífico, usando muitos pseudónimos. Além da sua série principal, com o polícia francês referido, escreveu muitas outras obras. A Coleção Vampiro publicou imensos títulos com a sua personagem mais conhecida, que já anteriormente tinha dado origem a uma coleção com o sue nome.

a) Quem é o escritor?

b) Qual é a personagem que é referida na pergunta?


4 – Nasceu em 1904 em Elmer no Minnesota. Publicou sobre os pseudónimos Stephen Acre, Charles K. Boston e John K. Vedder, mas seria sobre o seu verdadeiro nome que a coleção Vampiro publicaria livros das suas três séries policiárias, assim como outros livros fora dessas séries.

A sua principal série envolve uma dupla de detetives. Um deles é o cérebro do grupo e o outro é o responsável pela atividade física necessária à resolução dos casos. Têm a característica de, apesar de em determinados momentos possuírem muito dinheiro, estão quase sempre sem meios de subsistência, tendo que recorrer à venda de livros.

a) Quem é este autor?

b) Quem é esta dupla?


– Esta autora, nascida em 1933, surgiu com dois livros publicados nesta coleção, incluindo o segundo de uma das séries da sua criação, que tem como protagonista um inspetor da polícia. Esta série teve 15 livros publicados.

a) Quem é a personagem referida?

b) Qual é o nome desta autora?



sábado, 9 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 123

 


Um torneio de outros tempos


O Torneio de Abertura foi o primeiro torneio realizado na secção Enigma Policiário, sob a orientação do Inspetor Aranha.

 

Problema 1 – Um roubo no 14º andar, de Jartur, em abril de 1976

Elementos da solução:

há contradição entre as declarações e os factos;

análise de todos os elementos para tirar uma conclusão.

 

Problema 2 – No dia do eclipse, de Zé Maria, em maio de 1976

Elementos da solução:

contradição entre os factos e as declarações;

recurso do conhecimento científico: luar e eclipses.

 

Problema nº 3 – Mistério em Berlim, de Vitor Hugo, em junho de 1976

Elementos da solução:

O suspeito revela um pormenor que apenas o assassino poderia saber.

 

Problema nº 4 – Ele não atirara para matar!..., de Sete de Espadas, em julho de 1976

Elementos da solução:

trajetória do projétil;

análise de todos os elementos para tirar uma conclusão.

 

Classificação Geral

1º Inspector Moisés (Coimbra) – 80 pontos

2º Jartur (Porto) – 80 pontos

3º Sete de Espadas (Lisboa) – 80 pontos

4 ª  Paula (Coimbra) ­– 80 pontos

5º Jomape (Alferrarede) – 80 pontos

6º Detective Invisível Lisboa)  ­– 80 pontos

7 ª Milena (Lisboa) – 80 pontos

8º Big-Ben (Amadora) – 80 pontos

9º Investigador F. M. (Amadora) – 80 pontos

10º Zé Maria ( Abrantes)  – 80 pontos

11º Galinha (Santarém) – 80 pontos

Todos estes concorrentes foram totalistas nos 4 problemas.

 

Classificação As Melhores

1º Inspector Moisés (Coimbra) – 6 pontos

2º Albano (Setúbal) – 3 pontos

3º Detective Misterioso  (Cacilhas) – 3 pontos

4º Jartur (Porto) 3 pontos

5º Lumago Ampe –  (Algés) 3 pontos

6º Dcmar (Porto) – 2 pontos

7º Sete de Espadas(Lisboa) – 2 pontos

8º Paula (Coimbra) – 1 ponto

9º Jomape (Alferrarede) – 1 ponto


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 122

 


Eis os resultados do problema nº 7 do Torneio Cinquentenário  de Mistério PoliciárioO assassinato do velho milionátio.

Há algumas surpresas nos resultados, mas o melhor é verificar os critérios classificativos, que  já foram publicados.



10 pontos

Clóvis, Columbo, Dona Sopas, Haka Crimes, Inspector Detective, Inspector Mucaba, Mali, Molécula, O Pegadas, Rigor Mortis. (10 concorrentes)

9 pontos

Arjacasa, Bernie Leceiro, Búfalos Associados, Detective Jeremias, Ego, Inspector Aranha, Inspector Mokada, Inspector Ryckyi, Inspetor Moscardo, Mancha Negra. (10 concorrentes)

8 pontos

Detetive Lupa de Pedra, Detetive Vasofe, Edomar, Fotocópia, Inspector Pevides, J C Al, Margareth, Mula Velha, Pintinha, Sandra Ribeiro, Visconde das Devesas. (11 concorrentes)

7 pontos 

Ana Marques, Carluxa, Detective Verdinha, Faria, Inspector 27797, Joel Trigueiro, Mandrake Mágico, Rainha Katya. (8 concorrentes)

6 pontos

CA7, Carlos Caria, CN13, Detective Silva, Detective Suricata, Fátima Pereira, Inspector Cláudio, Inspectora Sardinha, Jorrod, Marino, Pedro Monteiro, Sofia Ribeiro, ZAB, Zé Alguém. (14 concorrentes)

5 pontos

Vic Key (1 concorrente)

Total de concorrentes: 54


As Melhores

Rigor Mortis- 5 pontos

O Pegadas - 4 pontos

Columbo - 3 pontos

Mali - 2 pontos

Dona Sopas - 1 ponto




As Mais originais

Dona Sopas - 5 pontos

Mali - 4 pontos

J C Al - 3 pontos

Arjacasa - 2 pontos

Vic Key -1 ponto



Premiados


- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

 PREMIADO: Rigor Mortis

 

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.

 PREMIADO: Mancha Negra

 

terça-feira, 5 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº121


Este é o primeiro ponto da situação referente às soluções recebidas para o problema número 8 do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário. O prazo é longo e há muito tempo para elaborar uma solução sem precipitações.

Até ao final do dia 4 de agosto já enviaram a solução Ana Marques, Bernie Leceiro, Carlos Caria, Clóvis, Faria, Inspector 27797, Inspector Ryckyi,  Joel Trigueiro, Mandrake Mágico, Marino,  Sandra Ribeiro. 

Foram recebidas 11 respostas.

Embora já exista a solução do autor do problema, Faria, ele ainda poderá enviar uma outra solução que o candidate de maneira mais efizcaz a pontos especiais.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 120


Critérios de Classificação

(Elaborados por Rigor Mortis)

a) Referir que a trajetória do projétil, não permitia, à distância do disparo, que uma pessoa de baixa estatura como Susana, o efetuasse e a trajetória fosse a observada.

b) Indicar que a altura de dois metros de Rui  era a única, entre os suspeitos, que permitia um disparo com as caraterísticas expostas no texto.

c) Indicar que não fazia sentido Susana usar uma pistola e esconde-la entre os seus pertences, tornando-a suspeita, sabendo que uma busca a encontraria.

d) Referir que a inexistência de impressões digitais na arma, apenas indica que esta foi limpa.

e) Concluir que o Rui é o suspeito principal do crime.

 

a)  2 pontos

b) 2 pontos

c) 1 ponto

d) 1 ponto

e) 1 ponto

 

 

Elementos de valorização:

(Apresentados pelo autor do problema)

O criminoso teve que recolher a cápsula, pois uma pistola deixa cápsula.

Mobil válido para os dois.

Referência às boas relações de Rui com o pai e às más relações de Susana.



Notas e comentários

Os critérios classificativos são um fator de grande subjetividade em muitos problemas policiários. Aquilo que o autor pretende, nem sempre é visto por toda a gente,  que por vezes vê pormenores que o autor não viu. Como orientador desta secção, se fosse eu a produzir o problema, poderia colocar outros critérios e se fosse uma terceira pessoa, ainda teríamos outros.

Estando a solução apresentada pelo autor correta, foram seguidos os critérios por ele apresentados, não havendo motivos para alteração, pois todos os elementos que ele foca, pedem ser retirados do texto, além de que vários concorrentes focaram esses pormenores na sua totalidade.

Alguns solucionistas perderam os dois pontos de a) porque não bastava referir que Rui era alto e Susana baixa. Na verdade, se o tiro não fosse disparado à distância, de cerca de 1,5 m, mas junto da cabeça, essa diferença de altura seria irrelevante, uma vez que a vítima estava sentada. Para ter os 2 pontos de a) era necessário referir a distância a que foi feito o disparo, ou fazer referência à sua existência no texto do problema.

Quanto à alínea b), não há nada a referir, pois toda a gente a viu.

No que se refere às alíneas alíneas c) e d), estas são mais objetivas. Ou estão presentes na resposta ou não estão, não surgindo situações dúbias. Quem referiu estes aspectos pontuou, quem não referiu, não pontuou.

De salientar, ainda, no que se refere à alínea c), que não é equivalente escrever que Rui tentou incriminar Susana, e que esta não se autoincriminaria. Foram vários os solucionistas que apontaram a tentativa de Rui atuar de forma a que Susana parecesse criminosa. Isso não chegava.

Foi considerado que, relativamente à alínea d), se fosse indicado o uso de luvas, se poderia considerar a ausência de impressões  digitais, uma vez que a limpeza da arma, dependendo do seu tamanho e da forma como é feita, poderia levar à inexistência das impressões digitais de quem a limpou.

Os elementos de valorização são apenas considerados para selecionar As Melhores, e são prioritários os que são referidos pelo autor. Em caso de empate, são considerados outros elementos, referidos pelos solucionistas, assim como a qualidade de texto e a apresentação da solução, estas de uma grande subjetividade.

Dia 7 serão conhecidas as várias classificações do problema, assim como o nome dos concorrentes que receberam os prémios sorteados.


sábado, 2 de agosto de 2025

A página dos Enigmas nº 119


Apresenta-se, de seguida, a solução do problema nº 7 do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário, apresentada pelo autor do problema.

O ASSASSINATO DO VELHO MILIONÁRIO, de Rigor Mortis

SOLUÇÃO DE AUTOR

– Como assim?! – questionou o inspetor. De pé, acendeu o cachimbo enquanto olhava intensamente para a sobrinha, sentada na poltrona.

– Bom… Dos dois, a Susana é a que parece ter motivos para desejar a morte do pai. A rejeição por este da relação que ela tem com o namorado e a ameaça de a deserdar, claro. Uma fortuna como a do pai não será uma coisa a desprezar… Pelo contrário, o Rui parecia estar relativamente de bem com o pai, é verdade. Mas valerá a pena investigar isso mais profundamente, tal como o estado das suas finanças.

– A pistola era do Rui, é um facto – continuou a Júlia. – Claro que teria sido possível à Susana tirá-la do estojo sem que ele desse por isso, por exemplo naquela manhã, quando o irmão estivesse na casa de banho. Mas porque é que a iria esconder a seguir ao crime num sítio onde guardava artigos pessoais seus? Era de supor que seria encontrada numa busca que a Polícia fizesse, e isso iria dirigir suspeitas sobre si própria. Deixá-la em qualquer outro sítio, até mesmo no escritório, seria bem melhor…

– E a ausência de impressões digitais na arma e o facto de em nenhum deles terem sido detetados indícios de pólvora? – perguntou o inspetor.

– A circunstância de a pistola não ter impressões digitais significa que qualquer dos dois a poderá ter usado, limpando-a a seguir. E qualquer deles poderá ter lavado cuidadosamente as mãos e os braços depois do crime. Tiveram tempo para isso…

– Significará a tua conclusão que de alguma forma simpatizas com a Susana, por ela ser mulher e fisicamente frágil?... – ironizou o inspetor. – Olha que já encontrei casos de mulheres minúsculas a cometerem assassínios…

– Não, tio. Mas é precisamente por ela ser muito pequena.

– Como assim?! – repetiu o inspetor.

– Porque, com o metro e sessenta que ela tem, lhe teria sido impossível atingir o pai, sentado à secretária, com um tiro no alto da cabeça.

– Ora, ora! – O inspetor despediu o argumento da sobrinha com um gesto de uma mão, enquanto se agachava e, com a outra, usava o cachimbo com o braço esticado, simulando segurar uma arma à frente da cara, a disparar para o alto da cabeça da Júlia.

– Não, não, tio! Do outro lado da secretária, o tiro teria que ser dado a uns dois metros de distância, não menos que metro e meio. Certamente com o velho ligeiramente dobrado para a frente, pelo espanto de ver uma pistola apontada a ele, mais ou menos como eu estou.

Mantendo-se agachado, o inspetor afastou-se um passo da sobrinha.

– Pois, daí… Mas note que seria impossível que esse disparo pudesse levar a bala a alojar-se no topo da pequena lomba da zona dos rins da cadeira onde estava o morto – continuou Júlia, calmamente, sorrindo com a surpresa estampada na cara do tio – o que aconteceria com certeza se o tiro fosse disparado pelo Rui, com os seus dois metros de altura…

 

 


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

A Página dos Enigmas nº 118

 



Por motivos de saúde do coordenador do blogue Momento Policiário, este problema não será aí publicado, como definido previamente, por indisponibilidade do confrade Virmancaroli durante algumas semanas. 

Desse modo, as soluções deste problema deverão ser enviadas para o endereço deste blogue, A Página dos Enigmas, ou para as alternativas indicadas no final deste post.

A estreia do Inspector Faria, é o problema nº 8 do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário. O problema é da autoria de Faria

Não sendo um problema inédito, que já foi publicado há cerca de 50 anos, a sua solução nunca foi conhecida.


Prova º 8

A estreia do Inspector Faria

Autor: Faria


Era meia-noite, encontrava-me a arrumar uns livros, para me ir deitar, quando soa o malfadado telefone, sempre inoportuno.

Levanto o auscultador, e ouço uma voz muito aflita:

— Venha depressa, inspector, acabo de deparar com o meu tio morto.

Tomo nota da morada da vítima, pensando ao mesmo tempo:

«Que chatice, logo à esta hora da noite é que se lembram dos assassínios». Saio imediatamente de casa, pego no automóvel (que por sinal ainda não está pago...) e abalo na direcção da morada indicada. A noite estava muito ventosa, o que me forçou a levar os vidros do carro todos fechados.

Passados dez minutos, estava na morada, uma sumptuosa mansão pertencente ao milionário sr. Lucas Pancrácio.

Saio do automóvel, toco à campainha, e sou recebido pelo indivíduo do telefonema, sr. A. Pastor, sobrinho da vítima.

Fui de imediato conduzido ao compartimento onde a vítima foi encontrada, localizado no rés-do-chão direito.

Depois de me certificar pelo A. Pastor que nada no compartimento tinha sido mexido, entro no mesmo. Trata-se de uma sala pequena, que além da porta de entrada, apenas tem uma janela grande ao fundo, na direcção da porta.

Ao centro da sala, estava localizada a secretária, e sentado à mesma, com a cabeça tombada sobre o tampo, encontrava-se o milionário.

Junto do corpo, pude notar que a vítima tinha sido estrangulada, certamente com uma linha fina, mas resistente, pois era visível à volta do pescoço, um grande traço fino e profundo.

Dando uma volta pela sala, na busca de indícios, pude notar que a mesma estava cheia de painéis à volta, e é então que reparo que por detrás de um deles, ligeiramente afastado para o lado, se encontrava um cofre de parede, aberto, o que me fez antever que o móbil do crime tinha sido o dinheiro...

A janela estava toda escancarada... Aproximo-me dela, a ver se notava alguma coisa, ao mesmo tempo que dizia para comigo:

«Certamente terá sido por ali que o assassino escapou, depois de cometer o assassínio e sacar a massa...»

Olho através dela, mas com a escuridão da noite, nada se via.

Viro-me novamente para a sala, e dali pude observar mais uma vez a triste figura que a vítima apresentava, olhos arregalados, o que aliado ao vento que entrava na sala e lhe batia em cheio na cara, pondo-lhe os cabelos em alvoroço, o tornavam horroroso.

Feitas estas observações, viro-me para o A. Pastor e pergunto-lhe:

— Tem alguma ideia de quem tenha sido o assassino?

— Não, francamente, não tenho, inspector. — replicou A. Pastor.

— Além de você, quem mais está em casa?  — continuo a perguntar.

— Estão o meu primo Carneiro e a minha prima Lucília, que chegaram

hoje, por volta das 20 horas, para passarem aqui as férias.

— Chame-os, preciso de proceder a um interrogatório.

O primeiro a ser interrogado foi Lucília, que disse:

— Estive a ver televisão até 23 horas, mas como o programa estava a ser ruim, recolhi ao meu quarto, deitando-me a ler uma obra muito interessante, intitulada «O Estrangulador de Boston», que aliás já tinha visto em cinema. Cerca das 23 horas e 30 minutos fechei a luz e adormeci profundamente. Não dei por nada.

O segundo a ser interrogado foi Carneiro, que disse:

— Estive também a ver televisão, mas recolhi mais cedo ao meu quarto, cerca das 22 horas e 30 minutos, pois tinha de preparar o meu estojo de pesca, os carretos e as linhas, visto tencionar, logo de madrugada, ir praticar o meu desporto favorito. Adormeci por volta das 23 horas e 15 minutos. Não dei por nada.

A propósito, pergunto:

— Em que parte da casa dorme?

— Durmo no rés-do-chão esquerdo — replicou Carneiro.— Porquê, inspector?

— Por nada. Não tem importância — respondi.

Foi a vez de A. Pastor, que disse:

— Eram 21 horas exactas quando saí de casa, peguei no automóvel e fui ao cinema.

— Tem graça — replico eu —, veja só o meu descuido, sou um amante fervoroso de cinema, moro junto ao edifício do cinema, mas atrasei-me de tal maneira que quando dei por mim, já o filme tinha começado.

Acabei por perder um filme que tinha bastante empenho em ver. Mas deixemos o palavreado, continuemos com o interrogatório.

— Pois como ia dizendo, inspector, fui ao cinema. Eram 23 horas e 30 minutos, precisas, quando o mesmo acabou. Vim logo para casa, onde cheguei à meia-noite exacta. Como sempre faço nas noites em que saio, dirigi-me ao compartimento onde o meu tio costumava estar sempre a trabalhar até altas horas da noite, para lhe perguntar se queria algo de mim, muitas vezes era forçado a estar com ele até quase de madrugada...

Abri a porta da sala, e deparei com o meu tio com a cabeça caída sobre o tampo da secretária, a cara com os olhos todos arregalados, e, pensei logo que ali havia algo que não estava bem... Entrei na sala, aproximei-me do meu tio, e deparei que o mesmo tinha sido assassinado. Telefonei imediatamente para si, inspector, e o resto já o senhor sabe.

 

—É deveras um caso intrincado — disse eu. — A propósito, costuma estar mais alguém em casa? — pergunto.

— Costuma estar também o mordomo — respondeu A. Pastor, mas hoje é o seu dia de folga, pelo que não esteve em casa durante todo o dia.

Quer que o mande chamar, inspector?

— Não vale a pena, já sei quem foi o assassino...

 

— Quem foi o assassino? (2 pontos)

— Porquê? Explique convenientemente. (8 pontos)


As respostas devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 31 de agosto de 2025, através dos seguintes exemplos:

 a - Por email, correio eletrónico, de A Página dos Enigmas: apaginadosenigmas@gmail.com;

 b - Entregando em mão ao orientador do Blogue A Página dos Enigmas, onde quer que o encontrem;

 c - Utilizando o Correio Normal (CTT):

Luís Manuel Felizardo Rodrigues

Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.

FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.

 

Nota:

Além dos prémios em disputa ao longo do torneio, serão sorteados em cada problema os seguintes prémios:

- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.


quinta-feira, 31 de julho de 2025

A Página dos Enigmas nº 117

 

Notícias

 

Torneio Cinquentenário de “Mistério Policiário”

É amanhã publicado o 8º problema  do Torneio Cinquentenário de Mistério Policiário. Com este certame, é feita a comemoração dos 50 anos do início da secção Mistério Policiário da revista Mundo de Aventuras, que teve início em 13 de março de 1975.

Que todos participem neste torneio que tem organização inédita, com os problemas a serem publicados em quatro blogues diferentes e a classificação geral a ser apurada no site Clube de Detetives.

Ainda está a tempo, até ao final do dia 31 de julho, de responder ao problema nº 7, O assassinato do velho milionário. Não falte!!! Não deixe de enviar a sua solução!

 O enunciado pode ser encontrado em qualquer dos espaços da internet dedicados ao policiário.

 

Repórter de Ocasião

Já foram publicadas as soluções e as classificações obtidas pelos concorrentes no problema nº 6 do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário, Um cachimbo no local do crime..., de Arjacasa.

Enviaram a solução 56 concorrentes.

Está a ser divulgado, no blogue Repórter de Ocasião, um conjunto de textos que o Inspector Aranha publicou originalmente no jornal Correio do Ribatejo. Este conjunto de artigos republica os problemas policiais da autoria de Reinaldo Ferreira (Repórter X) saídos em 1927 no jornal O Primeiro de Janeiro.

O último problema publicado, a 15  de julho,  foi A  virgem do manto azul. Foi ainda publicada a primeira parte de um artigo sobre Reinaldo Ferreira.

Tropeções Policiários é uma nome de uma rubrica que o blogue começou a publicar, relembrando alguns episódios do policiarismo português e dos seus intervenientes.

Para os amantes da literatura policiária o blogue publica Vitrina Policiária, onde muitos livros e revistas, por um preço módico, marcarão presença em leilão.

Semanalmente são publicados Contos Curtos já anteriormente editados noutras edições. O blogue está neste momento a republicar os contos presentes  publicação do  Borda d' Água do Conto Curto de 2020.

 

Clube de Detectives

Continua a fazer a divulgação do policiário presente e passado. Além das ligações aos blogues ativos, e da recordação de secções e problemas publicados noutros tempos, vai divulgando o acervo  do Arquivo Histórico da Problemística Policiária Portuguesa, que acumula o resultado das pesquisas efetuadas pelo confrade Jartur.

Neste momento, entre secções do passado e do presente, incluindo as dedicadas ao charadismo, o Clube de Detectives apresenta referências aos seguintes espaços: A Página dos Enigmas, Repórter de Ocasião, Local do Crime, O Inspector Fidalgo, O Gosto do Mistério, Charadas & Charadistas, Palavras Cruzadas Clássicas e Charadas, Sábado Policiário,  Policiário e  Momento do Policiário. Também se relembra o XYZ-Magazine. Algumas, são referências do presente, e outras apenas fazem parte da nossa história policiária.

 Já foi publicada a classificação geral do Torneio Cinquentenário de Mistério Policiário, que, após a sexta prova, tem na frente a Detective Jeremias, sozinha no primeiro lugar, que também lidera a classificação de As Melhores. Nas soluções Mais Originais a classificação é liderada por Mali. Estas lideranças vão mantendo-se desde o início da prova. Mas… há quem esteja a surgir com excelentes soluções.

 

O Inspector Fidalgo

Luís Pessoa continua a relembrar os convívios que ocorreram, principalmente, mas não só, desde os anos 70 do século passado, mostrando fotografias que recordam momentos e policiaristas.

Também tem publicado outro tipo de documentos, como cabeçalhos e páginas de secções que fizeram a história do policiário em Portugal.

Também publica cópias de textos e imagens que remetem para convívios e secções policiárias do passado.

Quando estas palavras são escritas, o último post deste blogue, em 30 de julho de 2025 é uma fotografia do convívio policiário de Almada, realizado em 30 de maio de 1993


Momento do Policiário

Neste momento o blogue, por impossibilidade de o seu dinamizador  fazer a colocação de novas publicações, encontra-se suspenso.

No dia 15 de julho foi publicado o 7º problema do torneio Português Suave, A causa da morte, cujo envio das soluções que está suspensa.

O regulamento pode ser lido no post do dia 11 de janeiro de 2025.

No que se refere a este torneio, Português Suave, também já se conhece a classificação após o 6º problema, estando com 50 pontos  um pelotão de 3 policiaristas: Ana Marques, Inspetor Boavida e O Gráfico.

 

Local do Crime

Este blogue só voltará a publicar um problema do Torneio Centenário de Mistério Policiário no mês de setembro.

Já publicou a classificação final do concurso de contos Um caso Policial no Natal.

No dia 20 de  foi republicado um problema com quase 50 anos, O caso da piscina vazia... (até aqui há reticências) da autoria de Sir Lock.  A publicação original ocorreu em 22 de janeiro de 1976, há quase 50 anos, na secção Mistério Policiário.

Anuncia-se um torneio, Torneio de Verão, com três problemas inéditos do confrade Nove (Verbatim), já falecido, a publicar nos dias 5, 15 e 25 no blogue Local do Crime.

O regulamento da prova será publicado simultaneamente com o primeiro problema. Que ninguém falte!