segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A Página dos Enigmas nº 4



No próximo dia 10 de janeiro vai ser publicado o primeiro problema de um torneio que se designará Torneio Memória. Esta prova será constituída por problemas policiários publicados nas décadas de 40 e de 50 do século passado. Ou seja, serão publicados problemas com mais de 60 anos.

Será uma forma de rever a forma de escrita e as temáticas que os policiaristas dessa época usavam.

Do nome do autor e da secção onde foi publicado cada problema policiário que faz parte do torneio, apenas  será dado conhecimento quando a solução for divulgada.

Embora este torneio já estivesse programado há algum tempo, não deixa de ser uma coincidência feliz o Blogue RO, com a colaboração de Domingos Cabral (Inspetor Aranha, Duarte Cordeiro, recentemente, e Zé dos Anzóis), estar também a dedicar algum do seu espaço à história do Policiarismo em Portugal, recuando  para tempos ainda anteriores aos que este torneio pretende recordar.

Relembramos, entretanto, que até ao final do dia 31 de dezembro ainda podem enviar para apaginadosenigmas@gmail.com as soluções de O Mistério da Casa de Penhores, publicado em A Página dos Enigmas nº 3

Publica-se, de seguida, o regulamento do Torneio Memória, que apenas terá a vertente decifração, uma vez que os enigmas publicados não são inéditos.


Torneio Memória

Regulamento

1. O Torneio Memória é uma prova aberta a todos os leitores deste espaço, não sendo necessária  inscrição prévia.

2.  O torneio terá 6 provas, decorrendo entre janeiro e junho, sendo cada problema publicado no dia 10 de cada um dos meses em que a prova decorre.

3. Todos os problemas já foram  publicados anteriormente em diversas secções.

4 . O autor do problema policiário e a secção onde este foi publicado originalmente apenas serão conhecidos quando a solução for divulgada.

5. As soluções deverão ser enviadas para o endereço apaginadosenigmas@gmail.com até ao final do último dia do mês em que o problema  for publicado.

6. Cada solução será classificada entre o mínimo de  4 pontos e o máximo  de 10 pontos, correspondendo 4 à simples presença e 10 à solução integral do enigma. As classificações intermédias serão definidas de acordo com o grau de resolução.

7. Quando a solução for publicada, também será conhecido o critério classificativo.

8. Em cada problema serão selecionados cinco participantes. Serão os autores das melhores soluções apresentadas, entre as totalistas, que somarão 5, 4, 3, 2 e 1 pontos especiais, estabelecendo a classificação As Melhores pela soma de todos os pontos obtidos nesta categoria. Estes pontos não contarão para a Classificação Geral do Torneio Memória, mas servirão para desempate no caso do somatório dos pontos referidos em 6. ser igual para mais do que um concorrente.

9.  Com o mesmo critério e finalidade do ponto anterior, serão selecionadas as cinco soluções mais originais, que somarão 5, 4, 3, 2 e 1 pontos, consoante a sua originalidade, estabelecendo a classificação As Mais Originais, obtida pelo somatório dos pontos obtidos nesta categoria.

10 - O critério de desempate nas classificações especiais As Melhores e As Mais Originais, é o definido a seguir, sendo melhor classificado, por ordem de aplicação:

a) o  concorrente que obteve mais vezes a pontuação máxima;

b) o concorrente que obteve mais vezes, 4, 3, 2 e 1 pontos sucessivamente;

c) o  que enviou mais vezes mais cedo a resposta, em relação ao prazo de entrega;

d) o que enviou a resposta mais cedo, sucessivamente, em relação aos problemas números 1, 2, 3, 4, 5  e 6.

11.  Vencerá o Torneio Memória o concorrente que no final das 6 provas acumule o maior número dos pontos referidos  no número 6., na designada Classificação Geral.

12. Em caso de igualdade pontual, após a aplicação do ponto 11, serão utilizados, pela ordem que se encontram escritos, sucessivamente, até ser feito o desempate, os seguintes critérios, sendo vencedor o concorrente que:

a)  somar mais pontos especiais, na classificação As Melhores;

b) obtenha mais vezes a pontuação máxima na classificação As Melhores;

c) tenha sido mais vezes pontuado na classificação As Melhores;

d) tenha tido mais vezes a pontuação máxima de 10 pontos nos problemas publicados;

e) tenha obtido mais vezes  a pontuação máxima dos pontos especiais;

f)  tenha pontuado mais vezes  nos pontos especiais;

g) tenha mais pontos na classificação As Mais Originais;

h) tenha obtido mais vezes a pontuação máxima na classificação As Mais Originais;

i) tenha pontuado mais  vezes  na classificação As Mais Originais;

j) obtenha mais vezes, 4, 3, 2 e 1 pontos sucessivamente na classificação As Melhores;

l) obtenha mais vezes, 4, 3, 2 e 1 pontos sucessivamente na classificação As Mais Originais;

m) seja o melhor classificado na classificação As Melhores;

n)  seja o melhor classificado na classificação As Mais Originais.

o) enviou a resposta mais cedo, sucessivamente, em relação aos problemas números 1, 2, 3, 4, 5  e 6.

13. Se após a aplicação dos critérios descritos em 12. não for possível estabelecer um vencedor, o orientador apresentará outro critério de desempate.

14. As situações de desempate descritas nos pontos 10 e 12 aplicam-se a todos os lugares das diferentes classificações antes referidas.

15. Será ainda estabelecida a classificação Combinado, na qual são classificados os concorrentes pontuados nas três classificações: Classificação Geral, As Melhores e As Mais Originais.

16. A classificação Combinado será construída somando as posições obtidas pelo concorrente nas Classificação Geral, As Melhores e As Mais Originais.

17. O vencedor da classificação Combinado será o que tiver a pontuação mais baixa. Em caso de empate,  será vencedor o concorrente melhor classificado na Classificação Geral.

18. Em todos os lugares subsequentes ao primeiro classificado da classificação Combinado, aplica-se as regra definida no ponto anterior.

19. Não impedindo a atribuição  de outros prémios que possam vir a  existir, serão atribuídos os seguintes:

a) Classificação Geral:

1º classificado: 2 livros policiários da autoria de Patricia Cornwell, publicados na coleção O Fio Da Navalha, O Vespeiro e A cruz Do Sul; um diploma de participação.

2º classificado: o livro da autoria de Dorothy Simpson, número 640 da Coleção Vampiro, O Mistério Da Solteirona Curiosa; um diploma de participação.

3º classificado: o livro da autoria de Magdalen Nabb, número 649 da Coleção Vampiro, O Fantasma do Crepúsculo; um diploma de participação.

4º classificado: o livro Assassínio No Parque, de Ellery Queen, publicado no número 155 da coleção Clube do Crime; um diploma de participação.

5º classificado: O livro número 230 da Coleção Vampiro, A Mina Dos Assassinos, de Mickey Spillane; um diploma de participação.

b) As Melhores

1º classificado: o livro policial de Robert Wilson, Último Acto Em Lisboa, que venceu o prémio para o o Melhor Romance Policial de 1999; um diploma de participação.

2º classificado o livro Ajuste final, de Ellery Queen, publicado no número 99 da coleção Clube do Crime; um diploma de participação.

3º classificado: O livro O Beco Negro, de Mickey Spillane, número 598  da Colecção Vampiro; um diploma de participação.

c) As Mais Originais

1º classificado: o livro O Padre Negro, da autoria de Edgar Wallace, publicado no número 11 da Coleção Lipton; um diploma de participação.

2º classificado: o livro O Caso Do Gatinho Descuidado, de Erle Stanley Gardner, número 7 da coleção  Obras de Erle Stanley Gardner, das Edições Asa; um diploma de participação.

3º classificado; da série Alex Cross, o livro A Caça, de James Patterson; um diploma de participação.

d) Combinado

1º classificado: o livro da autora portuguesa Ana Teresa Pereira, A Última História, número 130 da coleção Caminho Policial; um diploma de participação

20. Todos os casos omissos serão resolvidos pelo orientador.


Por hoje, é tudo. Dentro de poucos dias será conhecido o primeiro problema do Torneio Memória.
Entretanto, que ninguém se esqueça de responder a O Mistério da Casa de Penhores

Para ter acesso ao problema basta  ir ao topo desta página, clicar no separador Enigmas  Policiários e depois no link Dezembro.
O prazo para envio da solução termina no dia 31 de dezembro.

domingo, 10 de dezembro de 2023

A Página dos Enigmas nº 3


Atenção, errata:

No problema, no 3º parágrafo, a pessoa que fez o telefonema foi  Carlos Ferreira, como já está corrigido no texto. Não existe qualquer Guilherme Gonçalves, como estava escrito antes. Esta é uma vantagem  do online.

(Obrigado ao Clóvis por me ter chamado a atenção para este pormenor.)


Nesta edição de A Página dos Enigmas teremos mais um problema policiário: O mistério da casa de penhores.

Simples, como se pretende neste espaço, embora um pouco mais difícil do que o primeiro, publicado em novembro.

Quem quiser pode escolher no topo desta página, o botão Enigmas Policiários, e depois ter acesso à  publicação pretendida.

No próximo mês, ocorrerá o início de um torneio policiário, o Torneio Memória, de que brevemente, (mais ou menos dentro de duas semanas) publicaremos o regulamento.

Apresentemos então o enigma policiário de hoje.


O mistério da casa de penhores

Autor: Paulo

Em tempos, abundaram pelas cidades deste país. Atualmente, escondidas sobre o eufemismo de “Prestamista” e “Empréstimos Rápidos”, continuam a existir “Casas de Penhores”, alimentadas pela crise económica e pela necessidade de se conseguir dinheiro rápido. Leva-se uma peça de ouro, prata, ou qualquer outra joia ou objeto valioso, recebendo-se em troca um valor monetário, regra geral muito abaixo da valia do objeto entregue, sempre na esperança, muitas vezes vã, de mais tarde o resgatar.

A “J.P. Prestamista”, sedeada em Lisboa, tinha nos últimos anos visto aumentar o seu volume de negócios. O proprietário, que durante alguns anos trabalhara apenas com um funcionário, tinha sentido a necessidade de arranjar mais dois: contratos de seis meses renováveis (mais um sinal da crise).

Quando Alberto Pereira, filho do fundador J.P., chegou naquela manhã ao estabelecimento, após chamada telefónica de Carlos Ferreira, já a polícia lá se encontrava.

Tinha ocorrido um assalto. 

A porta do estabelecimento fora aberta por Luís Gomes, que entrava às oito e meia preparando a abertura ao público, que ocorria às nove horas.

Segundo contava, quando se preparava para entrar, aproximaram-se  dele, rapidamente, dois indivíduos que, apontando-lhe uma arma, se tinham introduzido  com ele no estabelecimento, fechando a porta da rua.

Amarraram-no com as mãos atrás das costas, ataram-lhe os pés, amordaçaram-no, deixando-o quase sufocado, e colocaram-no numa arrecadação que ficava ao fundo do corredor. Antes, tinham-no obrigado a desligar todos os alarmes e as câmaras de vigilância, assim como a dizer onde se guardavam os registos das mesmas. Também o tinham obrigado a abrir as portas dos compartimentos onde eram guardados os objetos penhorados. Depois, ficara encerrado no cubículo, ouvindo mexer em gavetas e vitrinas, até que se fizera silêncio. Quando mais tarde se apercebeu de novo ruído, pensou que seria o seu colega que chegara. Chamou-o e depois foi libertado. Tinham então telefonado ao patrão e, por ordem deste, à polícia.

Na zona de atendimento público havia uma porta, mantida sempre fechada por uma mola. Dava para o interior, onde existia um  corredor com duas portas nas paredes laterais, uma para cada um dos lados, abertas, que permitiam o acesso a compartimentos pequenos, onde se acumulavam os objetos penhorados: uns em cofres, que não tinham sido arrombados, e outros em gavetas, de móveis altos e estreitos, que tinham sido totalmente esvaziadas. O segredo dos cofres apenas era conhecido por Alberto Pereira. 

Ao fundo do corredor, ficava a arrecadação onde se guardava, essencialmente, material de limpeza. Havia também um escadote, e existiam algumas lâmpadas para substituição das que ficassem inutilizadas. Viam-se as cordas usadas para amarrar Luís, assim como o pano da mordaça. Quer a mordaça, quer as cordas, tinham evidentes vestígios de terem sido alvos de um objeto cortante.

Segundo Alberto Pereira, não tinham sido roubadas joias de grande valor ou as grandes peças de ouro, que se encontravam nos cofres, não se podendo dizer o mesmo de algumas das de prata, ou outro tipo de objetos menos valiosos que estavam nas gavetas e vitrinas.

As câmaras de filmar tinham sido completamente destruídas, assim como todos os seus registos, não sendo possível confirmar a que hora os ladrões tinham abandonado o estabelecimento.

Carlos Ferreira, o funcionário que entrava às nove horas, afirmara ter achado estranho não ver o colega na loja quando entrou, mas às vezes acontecia. Abrira a porta que dava para o corredor, espreitara pelas portas, que estranhamente se encontravam escancaradas, e vira as gavetas abertas, do chão até ao teto. Imaginou logo que houvera um assalto. Voltara à zona de atendimento, para telefonar ao patrão, quando ouvira o colega a chamá-lo da arrecadação. Acorrera, tentara cortar as cordas, mas não conseguira.

Ainda tivera que voltar à zona de atendimento em busca de uma tesoura que lhe permitisse cortar as cordas e a mordaça, que estavam com os nós muito apertados Só depois tinha telefonado.

Havia um outro funcionário, mais antigo, Guilherme Lopes, que apenas trabalharia a partir da uma hora da tarde (o estabelecimento não encerrava à hora do almoço) e que ainda se encontrava em casa.

Quando chegou, chamado pelo patrão, ficou mudo, sem palavras, sentindo-se mal. A família confirmara que ele não saíra de casa até ser chamado por Alberto Pereira.

Ainda nesse dia, os responsáveis pelo assalto foram detidos, presentes a um juiz, tendo ficado a aguardar julgamento em prisão preventiva.

Pede-se que os leitores expliquem quais foram as pistas que permitiram à polícia resolver o caso tão rapidamente.

As respostas poderão ser classificadas com um máximo de 10 pontos, sendo apresentado, quando da publicação dos resultados, o respetivo critério classificativo.

Entre os totalistas será sorteado o livro O Enigma das Joias, do autor Stephen Clayton, e que foi publicado em 2002 com o número 4 da coleção "Os policiais do Correio da Manhã".

A solução deverá ser enviada até final do dia 31 de dezembro de 2023 para apaginadosenigmas@gmail.com


quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

A Página dos Enigmas nº 2

 


É hoje conhecida a solução, e também são divulgados os resultados, do primeiro enigma policiário aqui publicado, O mistério da carteira roubada.

Entretanto, fica o anúncio de que em janeiro irá começar o Torneio Memória. Brevemente, ainda durante o mês de dezembro, será disponibilizado o regulamento.

Dia 10 de dezembro, será publicado um novo problema policiário. Desta vez, já será pedida uma justificação.

Agora, eis a solução, os concorrentes e a policiarista premiada de O mistério da carteira roubada.


Solução

A solução é a resposta C – Rui Fernandes.

Embora não fosse solicitada, vamos apresentar uma breve justificação.

Para tentar descobrir quem mente de modo evidente, deve-se ler o que cada um dos suspeitos diz, assim como outras informações prestadas ao longo do texto.

Há duas informações que surgem e que são relevantes.

Primeiro, somos informados de que é o mês de maio, e, posteriormente, através dos pensamentos de José Alves, temos conhecimento de que é o primeiro dia do mês.

Resumindo: o roubo ocorreu no dia 1 de maio.

Ora, desde 1974, este dia 1 de maio é feriado em Portugal. Estamos numa data posterior a esta, portanto, já na existência do feriado, porque a moeda em circulação é o euro, facto que  se iniciou em 1 de janeiro de 2002.

Perante isto, analisando os vários depoimentos, alguns dos quais não é possível confirmar sem outros elementos, deteta-se um álibi falso. É a justificação de Rui Fernandes para a forma como gastou o tempo. Se era feriado nacional, o banco estava fechado e ele não poderia ter estado lá, à espera de ser atendido. Como está a mentir é possível que seja o ladrão. Temos então que a hipótese correta é a C.


De notar que, apesar de não ser solicitada a fundamentação da resposta para este problema, porque se pretendia apresentar algo muito simples, a maior parte dos concorrentes escreveu uma justificação. Se esta fosse contabilizada, haveria algumas respostas incompletas, porque embora todos apresentem a mentira do Rui Fernandes, quando refere ter ido ao banco no dia 1 de maio, que era feriado, alguns esqueceram-se de justificar que, em Portugal, o feriado ocorre depois de 1974, e que podemos ver que a data dos acontecimentos é posterior, porque a moeda em circulação é o euro. Se a situação tivesse ocorrido antes de 1974, as declarações de Rui poderiam ser verdadeiras.


Resultados

Como este  problema apenas possibilitava duas hipóteses, ou a solução estava certa ou estava errada, os solucionistas foram divididos ente Totalistas e Não Totalistas.

Totalistas

1º Sargento (TPBRO), Abrótea, Arjacasa (TPBRO), Bernie Leceiro, Bertita, Búfalos Associados, Clóvis, Cris, Detective Jeremias, Detective Nabo, Eduardo Oliveira, Guilherme, Háspide, Inspetor Boavida, Inspetor Moscardo, Inspetor Pevides (TPBRO), Inspetora Marta, Inspetora Sardinha ((TPBRO), Karl Marques, Mac Jr., Mali (TPBRO), Mister H, Nubis, O Gráfico (TPBRO),  Poluidora, Tiago Reis, Xá do Reino (27 concorrentes)

Não Totalistas

Doula, L.S., Menino Nelito e Pedro Ribeiro (4 concorrentes).

Total de concorrentes - 31


Os Concorrentes que à frente do pseudónimo têm a indicação (TPBRO) são elementos da Tertúlia dos Policiaristas do Blogue RO, que, embora façam a discussão das soluções entre si, enviam as respostas individualmente.

Nos concorrentes Não Totalistas há uma hipótese A, uma B e duas D.


Premiada

Para atribuir o livro foi utilizado um dos muitos sites que faz sorteios aleatórios por números. Os concorrentes estavam numa folha de Excel, em que cada um ocupava uma linha, e foi esse número da linha que foi atribuído a cada concorrente.

Foi feito o sorteio do livro A morte dos bosques  entre os que acertaram, tendo a sorte caído numa concorrente que  se está a iniciar nas lides policiárias, ou que, então, é alguém que mudou de pseudónimo: Bertita, para quem o prémio será enviado por correio.


sexta-feira, 10 de novembro de 2023

A Página dos Enigmas nº 1

Saudações a todos os que estão a ler estas palavras, nesta primeira aparição do blogue no espaço virtual.

Num tempo em que deixou de haver Policiário publicado num meio de imprensa escrita de divulgação nacional, como eram o jornal Público ou a revista Sábado, torna-se relevante ir criando pequenos espaços onde os policiaristas possam comparecer. Esse é um dos objetivos deste blogue. Por isso aqui estamos a marcar presença.

No dia 10 de cada mês será publicado um enigma relacionado com o policiário, a que poderão responder até último dia desse mês, ou seja, têm cerca de 20 dias para elaborar a resposta, enviando-a  para apaginadosenigmas@gmail.com.

No mês seguinte, entre o dia 1 e o dia 10 serão divulgadas  a solução, a lista dos solucionistas e as classificações,  caso se trate de um torneio. Este sistema tem como objetivo nunca ter um problema publicado sem se saberem as classificações do anterior. Se for necessário, serão feitos os ajustes achados mais convenientes.

Pode ainda surgir, em qualquer diferente data, outra publicação, sempre que houver material escrito ou razão para tal suceder.

Em novembro, apenas teremos a publicação de hoje, dia 10.

Este mês teremos um enigma policiário, preparando "os motores" para um torneio que terá início no mês de janeiro.

Quem quiser, pode escolher no topo desta página, um caminho alternativo para a página que  pretende ver.

Faz-se ainda uma referência, também, para outros espaços virtuais, onde podem ser encontrados passatempos, policiário, charadas, palavras cruzadas, etc, cujos links estão na coluna do lado direito: Alegria Breve; Charadas & Cruzadismo; Clube de Detectives; Local do Crime; Palavras Clássicas e Charadas; Repórter de Ocasião.

A data para envio das soluções do enigma deste mês, O mistério da carteira roubada, é 30 de novembro de 2023.


Problema Policiário a prémio


O mistério da carteira roubada

Autor: Paulo

Este caso passou-se em maio, há uns quatro ou cinco anos, nos arredores da cidade, num lugar onde um reduzido conjunto das casas forma aquilo que se poderia considerar um pequeno povoado, embora tal definição perca cada vez mais sentido nos dias que correm.

O sr. José Alves por volta das nove da manhã tirou o automóvel da garagem e colocou-o na rua. Cometeu dois erros: deixou a janela aberta e a carteira em lugar visível. Pouco depois das dez horas voltou ao carro, e a carteira, onde havia mais de 100 euros, desaparecera.

Enquanto se dirigia à esquadra para participar o roubo, pensava para si: “excelente forma de começar o mês; se o primeiro dia é assim, como serão os outros”.

A polícia deslocou-se ao local do furto para iniciar as investigações, tendo ouvido os quatro vizinhos do sr. José. Os agentes queriam saber se algum dos moradores tinha reparado na presença de estranhos no local.

Foram obtidos os seguintes depoimentos, transcritos de forma resumida.

António Ferreira, reformado, com 62 anos, vivia com a esposa, ocupando o tempo com “pequena agricultura” no seu “pequeno quintal”.

- A essa hora não estava em casa. Gosto de sair de manhã, ir tomar um cafezinho, conversar com os amigos reformados como eu, e voltar para casa, já quase sempre depois das dez. Foi o que hoje fiz, pelo que se alguém estranho andou por aqui a rondar, eu não vi. Hoje a minha mulher também foi comigo. Fomos e voltámos juntos.

Luís Figueira, carteiro, 32 anos, casado com um filho com ano e meio.

- Entre as nove e as dez andei mais dentro de casa que fora. Não vi ninguém estranho. Nem os vizinhos vi. Reparei no carro, lá fora, mas não notei que tivesse o vidro aberto. Se tivesse visto, avisava o Sr. Alves. A minha mulher passou quase todo o tempo de volta da criança. Não deve ter visto nada.

Rui Fernandes, 23 anos, desempregado, vivia sozinho numa casa que herdara dos pais que tinham morrido num acidente três anos atrás.

- Entre as nove e as dez? Nem sequer estive em casa. Tive uns assuntos para tratar no banco, mas tive azar. Enquanto estava à espera, lembrei-me que não levara os documentos de que precisava e vim embora sem chegar a ser atendido. Cheguei quase às onze. Quando saí de casa já lá estava o carro, mas não reparei na janela.

Norberto Campos, mecânico de automóveis, casado, um filho.

- Desde mais ou menos as nove horas que andámos todos nas traseiras, lá para o fundo a fazer uma pequena sementeira de batatas, que sempre são melhores do que as compradas. Se alguém estranho passasse pelo sítio onde estava o carro não o conseguiríamos ver.

Os polícias que tinham estado a falar com os vizinhos do assaltado estavam espantados.

Apenas tinham pretendido saber se alguém estranho passara pelo local, para obterem uma possível descrição física do gatuno, no entanto deparavam-se com um dos interrogados a mentir descaradamente. Estava a pretender usar um álibi falso. Provavelmente seria o ladrão.

Quem é que estava a mentir?

A – António Ferreira

B – Luís Figueira

C – Rui Fernandes

D – Norberto Campos.

Os leitores-detetives só têm que escolher a opção correta e enviar a solução. É apenas escolher entre as possibilidades A, B, C e D sem justificações.

As soluções apenas serão classificadas como Acertantes e Não Acertantes.

Será sorteado, entre os acertantes, o livro A morte dos bosques, de Brigitte Aubert, número 5 da Coleção Noites Brancas, que venceu, em França, em 1997, o Grande Prémio da Literatura Policial.

Este problema policiário é de resposta muito simples, e, para responder, basta enviar a solução até  ao final do dia  30 de novembro de 2023 para apaginadosenigmas@gmail.com.