quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

A Página dos Enigmas nº 2

 


É hoje conhecida a solução, e também são divulgados os resultados, do primeiro enigma policiário aqui publicado, O mistério da carteira roubada.

Entretanto, fica o anúncio de que em janeiro irá começar o Torneio Memória. Brevemente, ainda durante o mês de dezembro, será disponibilizado o regulamento.

Dia 10 de dezembro, será publicado um novo problema policiário. Desta vez, já será pedida uma justificação.

Agora, eis a solução, os concorrentes e a policiarista premiada de O mistério da carteira roubada.


Solução

A solução é a resposta C – Rui Fernandes.

Embora não fosse solicitada, vamos apresentar uma breve justificação.

Para tentar descobrir quem mente de modo evidente, deve-se ler o que cada um dos suspeitos diz, assim como outras informações prestadas ao longo do texto.

Há duas informações que surgem e que são relevantes.

Primeiro, somos informados de que é o mês de maio, e, posteriormente, através dos pensamentos de José Alves, temos conhecimento de que é o primeiro dia do mês.

Resumindo: o roubo ocorreu no dia 1 de maio.

Ora, desde 1974, este dia 1 de maio é feriado em Portugal. Estamos numa data posterior a esta, portanto, já na existência do feriado, porque a moeda em circulação é o euro, facto que  se iniciou em 1 de janeiro de 2002.

Perante isto, analisando os vários depoimentos, alguns dos quais não é possível confirmar sem outros elementos, deteta-se um álibi falso. É a justificação de Rui Fernandes para a forma como gastou o tempo. Se era feriado nacional, o banco estava fechado e ele não poderia ter estado lá, à espera de ser atendido. Como está a mentir é possível que seja o ladrão. Temos então que a hipótese correta é a C.


De notar que, apesar de não ser solicitada a fundamentação da resposta para este problema, porque se pretendia apresentar algo muito simples, a maior parte dos concorrentes escreveu uma justificação. Se esta fosse contabilizada, haveria algumas respostas incompletas, porque embora todos apresentem a mentira do Rui Fernandes, quando refere ter ido ao banco no dia 1 de maio, que era feriado, alguns esqueceram-se de justificar que, em Portugal, o feriado ocorre depois de 1974, e que podemos ver que a data dos acontecimentos é posterior, porque a moeda em circulação é o euro. Se a situação tivesse ocorrido antes de 1974, as declarações de Rui poderiam ser verdadeiras.


Resultados

Como este  problema apenas possibilitava duas hipóteses, ou a solução estava certa ou estava errada, os solucionistas foram divididos ente Totalistas e Não Totalistas.

Totalistas

1º Sargento (TPBRO), Abrótea, Arjacasa (TPBRO), Bernie Leceiro, Bertita, Búfalos Associados, Clóvis, Cris, Detective Jeremias, Detective Nabo, Eduardo Oliveira, Guilherme, Háspide, Inspetor Boavida, Inspetor Moscardo, Inspetor Pevides (TPBRO), Inspetora Marta, Inspetora Sardinha ((TPBRO), Karl Marques, Mac Jr., Mali (TPBRO), Mister H, Nubis, O Gráfico (TPBRO),  Poluidora, Tiago Reis, Xá do Reino (27 concorrentes)

Não Totalistas

Doula, L.S., Menino Nelito e Pedro Ribeiro (4 concorrentes).

Total de concorrentes - 31


Os Concorrentes que à frente do pseudónimo têm a indicação (TPBRO) são elementos da Tertúlia dos Policiaristas do Blogue RO, que, embora façam a discussão das soluções entre si, enviam as respostas individualmente.

Nos concorrentes Não Totalistas há uma hipótese A, uma B e duas D.


Premiada

Para atribuir o livro foi utilizado um dos muitos sites que faz sorteios aleatórios por números. Os concorrentes estavam numa folha de Excel, em que cada um ocupava uma linha, e foi esse número da linha que foi atribuído a cada concorrente.

Foi feito o sorteio do livro A morte dos bosques  entre os que acertaram, tendo a sorte caído numa concorrente que  se está a iniciar nas lides policiárias, ou que, então, é alguém que mudou de pseudónimo: Bertita, para quem o prémio será enviado por correio.


4 comentários:

  1. Caro Paulo, boa solução com excelente pedagogia. Muito importante dar aos novos participantes a noção de que uma resposta apenas poderá ser considerada completa quando refere todos os pormenores, mesmo quando um só já seria suficiente. Assim se perderam e perdem muitos torneios... Parabéns!

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    1. Caro Luís Pessoa
      Reconheço a quase impossibilidade de isso suceder, mas gostaria de ver mais gente nova a abraçar o policiário, tal como sucedeu em outras épocas. Para isso é necessário, além de não ter problemas muito difíceis, ir explicando como é que se podem resolver algumas das situações colocadas ao solucionista. Eu sei as dificuldades que sentia nos anos 70, quando comecei, e por isso, gostaria que, atualmente, quem quer surgir no policiário, não as sinta, ou vá tendo armas para as resolver.
      Irei tentar dar alguma ajuda nesse campo, mas … o que é mais importante, é que surja gente nova a responder.

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  2. # Bom trabalho! Paulo está de parabéns! Por acaso, eu, como trabalhador de Artes Gráficas, sempre tive direito a desfrutar do feriado 1.º de Maio, como Dia do Tipógrafo! Comecei a trabalhar em 1969, com 11 anos, numa Tipografia e habitualmente no 1.º de Maio -que era feriado para nós! -festejávamos a folga em Almoço de Confraternização! Portanto... se esta classificação, análise, deste 1.º problema policiário, de "A Página dos Enigmas", fosse mais rigorosa eu ia "perder pontos"... porque sempre pensei que o Feriado "1.º de Maio" seria para todos!! Só para concluir... cheguei a produzir, lembro-me de pelo menos uma vez, um problema policiário para entretenimento do pessoal em tais Almoços de festejos do 1.º de Maio! Isto, claro, já nos finais dos anos 70, depois do aparecimento de "Mistério... Policiário", no "Mundo de Aventuras", do saudoso "Sete de Espadas"! Um abraço forte a todos aqueles que teimam em "manter vivo" o... POLICIÁRIO! -O Gráfico

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    1. É interessante esta perspetiva sobre o 1º de maio, que eu desconhecia, pois só se tornou feriado nacional em 27 de abril de 1974. Confesso a minha ignorância total sobre o que se passaria no setor bancário, mas este novo conhecimento, levar-me-ia a, possivelmente, acrescentar algum elemento ao problema, que salvaguardasse a situação, embora eu acredite que os bancos funcionassem normalmente a 1 de maio. Não sei se esta situação, como a que ocorria com o do Dia do Tipógrafo, existia em mais profissões, além das que estavam ligadas às artes gráficas.
      Em especial, a partir de 1962, houve muitas manifestações nesse dia, embora muito ligadas a profissões operárias.
      Quando escrevemos, nem sempre o produto final é aquilo que temos na cabeça, o solucionista acaba por encontrar caminhos e elementos que o produtor não imagina que lá colocou. O problema, a partir do momento em que é publicado, é de quem o resolve, e por vezes há surpresas. Mas essa é uma das coisas boas que tem o policiário.
      Um abraço

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