Eis o nono problema do “Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário”, publicado no dia 1 de setembro no blogue Local do Crime.
Pode ser lido, com a todas as informações necessárias relacionadas, no blogue Local do Crime, onde poderão consultar os endereços para envio da solução e a lista de prémios.
O regulamento, a indicação de todos os problemas a publicar e a lista de prémios finais do torneio também podem ser vistos aqui.
Que ninguém deixe de marcar presença neste torneio.
Segue-se a reprodução do problema policiário que o Local do Crime publicou.
TORNEIO DO CINQUENTENÁRIO “MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)
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PROBLEMA Nº 9
ALMOÇOS GRÁTIS, de Detective
Jeremias
Caro leitor,
Gostaria de partilhar
consigo um desafio que me foi lançado um destes dias. Mas antes, tenho de
contar como me veio parar as mãos.
Não sou muito dada a marcar
encontros com amigos de longa data e estou segura de que pensam da mesma forma.
Sei que estão presentes para o que for preciso e eles sabem que podem contar
comigo, incondicionalmente. Talvez por isso, os planos de almoços, passeios, ou
outras actividades, foram sempre adiados e acabaram por ficar em águas de
bacalhau.
Agora, depois do domingo
passado, sou obrigada a reconhecer que afinal foi um dia espectacular que
passámos juntos. Também não tive grande alternativa. Nesse dia, pelas nove da
manhã recebi uma mensagem a perguntar onde estava e uma hora depois tive uma invasão
na minha casa. Apareceram os (poucos) velhos amigos munidos de uma saca de
carvão, pão caseiro, vinho, geleiras com peixe fresco, carne, queijo, enchidos
e sei lá mais o quê. Sem hipótese de resistir a este ataque inesperado,
rendi-me e meti mãos à obra para assegurar a parte que me coube: preparar o
pátio, as mesas, as loiças, o grelhador, enfim a chamada logística. E o melhor
do dia não foram os petiscos, mas a música e a conversa animada para relembrar
as parvoíces de uma altura em que todos nós víamos tudo de forma mais corajosa
e descontraída.
Era um tempo em que fazíamos
das fraquezas, forças. Tantas coisas divertidas, que já tinha esquecido, vieram
à baila. Como daquela vez, em que eu estava fartíssima de reclamar junto do
posto dos correios, porque o telefone da única cabina telefónica que servia o
bairro estava partido há mais de um mês. Ali, quase ninguém tinha telefone fixo
e os telemóveis eram ficção científica. Resolvi o problema ao enviar,
anonimamente, um postal aos CTT denunciando uma situação “altamente irregular e
perturbadora da ordem pública”: o telefone da cabina X estaria com uma falha
técnica e permitia fazer chamadas sem usar moedas, o que criava um verdadeiro
caos de filas de malta nova, principalmente estudantes de quartos alugados, que
passavam horas sem fim em chamadas interurbanas, quiçá até para estrangeiro,
sem desembolsar um único centavo. É claro que não tardou que aparecessem os
técnicos para substituir o telefone partido, que “supostamente” funcionava de
graça. Tudo historietas deste calibre, que muitas vezes só têm piada para quem
as viveu na pele, e que nos deixaram os maxilares doridos de tanto riso.
Bom, o que me traz agora
aqui é o enigma que me foi deixado no fim do dia, pelo grupo de amigos,
acompanhado de uma nota onde ser podia ler o seguinte:
“Já que gostas tanto de
mistérios, descobre quem cometeu o crime, porquê e com o quê. Ganharás almoço,
inteiramente grátis, com tudo a que tens direito, num restaurante à tua
escolha.”
UM ÚNICO CULPADO,
UMA ÚNICA ARMA DO CRIME
E UM ÚNICO MOTIVO
Num almoço de hipotéticos
amigos, para recordar velhos tempos, D.ª Etelvina, apareceu morta na sua
própria biblioteca. Antes de interrogados os suspeitos, e segundo o testemunho
unânime dos empregados, o que se sabe, é que estalou uma violenta discussão entre
os presentes: a D.ª Ricardina, a D.ª Severina, o Sr. Clementino e o Sr.
Sepúlveda, além da D.ª Etelvina, a anfitriã. Também era consensual que cada um
dos convidados tinha alguma coisa contra a dona da casa, mas a confusão era
completa − falava-se, à boca pequena, em problemas de dívidas, vingança, ciúmes
e até chantagem, mas ninguém sabia exactamente qual fora o móbil do crime, nem
se conseguira relacionar os supostos motivos, com cada um dos suspeitos. Até à
chegada do médico legista a causa de morte também era alvo de especulação −
enquanto uns garantiam que a D.ª Etelvina teria sido envenenada, outros falavam
numa pancada ou num tiro na cabeça. Afinal, primeiro de acordo com o legista e,
posteriormente com o relatório da autópsia médico-legal, a morte fora
consequência de uma lesão cardíaca extensa, causada por um objecto cortante.
Todos eram suspeitos, até
prova em contrário e a investigação apurou que, curiosamente, cada um deles
teria um motivo diferente e também um método de eleição próprio, para cometer o
crime: veneno, punhal, objecto pesado e arma de fogo.
Sem qualquer dúvida, e com
absoluta certeza, eis os cinco factos apurados:
1. Se o envenenamento fosse
a causa de morte, o seu autor teria sido uma das mulheres.
2. O motivo da D.ª Ricardina
estaria relacionado com dívidas de dinheiros.
3. A estatueta seria o
objecto escolhido por alguém motivado pelo ciúme.
4. O Sr. Clementino
utilizaria o seu revólver, mas nunca teria a vingança por motivo.
5. A D.ª Severina era
impulsiva e teria usado uma pesada estatueta.
Caro leitor,
É tudo. Não é um verdadeiro
enigma policiário ─ os meus amigos nem são sequer policiaristas e temos de dar
um desconto. O leitor, se quiser, tem aqui material para ocupar o tempo livre.
Eu descobri as respostas às
três questões. E mais, também relacionei cada um dos suspeitos com cada “arma
do crime” e “motivo”. Consegue fazer o mesmo?
Posso garantir que o meu
almoço grátis “está no papo”. E os meus amigos que se preparem para uma sessão
de “7 Problemas Escolhidos”, escritos pelo Sete de Espadas. Quem sabe não saem
de lá verdadeiros policiaristas, com o vício da decifração e a criar desafios
de fazer suar as estopinhas?
ENDEREÇOS E PRAZO PARA O
ENVIO DE RESPOSTAS:
As respostas devem ser
enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 30 de setembro de 2025, através
dos seguintes exemplos:
a - Por email, correio eletrónico, Salvador Santos: salvadorsantos949@gmail.com;
b - Entregando em mão ao
orientador do Blogue LOCAL DO CRIME, onde quer que o encontrem;
c - Via Messenger, Facebook,
mensageiro instantâneo e aplicativo de Salvador Pereira dos Santos;
d - Utilizando o Correio
Normal (CTT):
Luís Manuel Felizardo
Rodrigues
Praceta Bartolomeu
Constantino, 14, 2.º Esq.
FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.
Nota:
Além dos prémios em disputa
ao longo do torneio, serão sorteados em cada problema os seguintes prémios:
- 1 Livro de Problemas
Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, oferta de Salvador Santos, juntamente
com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, oferta de José Silvério, para
sortear entre os concorrentes totalistas.
- 1 Conjunto de 12 Postais
Ilustrados de Montemor-o-Novo, oferta de Francisco Salgueiro, para sortear
entre todos os concorrentes não totalistas.
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