Terminado que foi o Torneio Memória, hoje há mais um problema policiário, com cerca de 20 anos, fora de qualquer torneio.
O Mistério da Morte do Jacinto
Autor: Paulo
O Jacinto era um velho conhecido,
e quando me telefonou dizendo que precisava de falar urgentemente comigo, acorri
à sua casa, onde cheguei cerca de meia hora mais tarde.
A porta foi aberta pela Lucinda,
a esposa. Fui introduzido numa sala, onde além de Lucinda, se encontravam o
Rodrigo, filho de Lucinda, e a Margarida, uma sobrinha de Jacinto, que ficara
órfã muito jovem devido à morte dos pais num acidente de avião, transformando-se
numa filha para o meu amigo.
Na sala ouvia-se televisão, em
som bastante alto (um qualquer concerto ao vivo num canal musical), pelo que
tive alguma dificuldade de referir qual o motivo da minha presença. Quando me
consegui fazer explicar, mandaram-me subir ao andar de cima.
Eu era um velho visitante da
casa, conhecendo-lhe todos os cantos, pelo que me dirigi ao escritório do meu
amigo, onde ele me esperava.
Bati à porta. Bati outra vez, e
não tendo obtido resposta resolvi abrir a porta.
O que vi deixou-me estarrecido.
O meu amigo estava recostado numa
enorme cadeira, atrás da secretária, com o sangue bem visível, saído de um ferimento na têmpora direita. Corri para junto do Jacinto, mas depressa me apercebi que nada havia a fazer.
Peguei-lhe no pulso e verifiquei que estava morto.
Olhei a secretária, com o tampo
arrumado. Uma folha branca, uma caneta do lado esquerdo, uma agenda e nada
mais. No chão, sob a mão esquerda do meu amigo, que era esquerdino, uma arma,
que eu conhecia bem. Era um pequeno revólver para o qual ele possuía licença de uso.
Saí, fechei a porta, meti a chave
no bolso e desci para a sala.
– Aconteceu uma tragédia! O
Jacinto está morto no escritório. É melhor chamarem a polícia. Rodrigo, vai
telefonar! Telefona diretamente para a Judiciária.
Estavam tão estupefactos, todos
eles, que o Rodrigo obedeceu sem hesitar, dirigindo-se ao átrio de entrada,
onde se encontrava o telefone.
Fiquei sentado, observando as
personagens.
Lucinda ficava viúva pela segunda vez,
herdando mais uma valiosa fortuna, tal como acontecera quando o primeiro marido
morrera de doença fatal.
Margarida, jovem de 23 anos,
estudante, que pela segunda vez ficava órfã, junto de duas pessoas de quem eu
sabia que não gostava.
Rodrigo, filho do primeiro
casamento de Lucinda, 26 anos, a viver dos rendimentos da mãe e do padrasto, regressou. O seu regresso coincidiu com uma avalancha de perguntas e a
tentativa de subirem ao andar de cima. Mostrei-lhes a chave que guardara no
bolso, justificando a sua não entrada no escritório com a necessidade de
preservação do local.
Fui entretanto sabendo que embora
já estivessem há muito tempo na sala, todos eles se tinham ausentado daquele aposento, isoladamente, na última meia hora antes de eu chegar.
Quis saber se o Jacinto andava bem-disposto,
ou se mostrava ter qualquer problema, mas entretanto a campainha da porta
tocou.
Resolvi ir eu abrir, tendo-me
surgido à frente o meu amigo Narciso Morais.
– Estás cá? Ainda bem! Espero que
não tenhas deixado ninguém entrar no escritório nem mexer no revólver.
Chegamos à sala, onde o apresentei
à família do meu extinto amigo.
Depois, enquanto subia as escadas
com o Narciso, eu já tinha uma ideia sobre o que poderia ter sucedido ao Jacinto.
Das hipóteses que se seguem
leitor deve escolher uma.
A – Foi suicídio
B – Rodrigo matou o padrasto.
C – Lucinda matou o marido.
D – Margarida matou o tio.
Como podem verificar, não é preciso muito esforço para elaborar uma resposta neste problema de escolha múltipla. Basta escolher a opção correta e enviar para apaginadosenigmas@gmail.com até ao dia 10 de agosto. A justificação fica apenas para a solução oficial, que será apresentada quando os resultados forem publicados. Os concorrentes apenas necessitam de apresentar uma letra, A, B, C ou D para responderem.
Será sorteado o livro policiário, A mulher à janela, de A. J. Finn, entre todos os que responderem.
Vamos lá! Todos a enviarem a resposta!