quarta-feira, 10 de julho de 2024

A Página dos enigmas nº 31

 


Terminado que foi o Torneio Memória, hoje há mais um problema policiário, com cerca de 20 anos, fora de qualquer torneio. 


O Mistério da Morte do Jacinto

Autor: Paulo

 

O Jacinto era um velho conhecido, e quando me telefonou dizendo que precisava de falar urgentemente comigo, acorri à sua casa, onde cheguei cerca de meia hora mais tarde.

A porta foi aberta pela Lucinda, a esposa. Fui introduzido numa sala, onde além de Lucinda, se encontravam o Rodrigo, filho de Lucinda, e a Margarida, uma sobrinha de Jacinto, que ficara órfã muito jovem devido à morte dos pais num acidente de avião, transformando-se numa filha para o meu amigo.

Na sala ouvia-se televisão, em som bastante alto (um qualquer concerto ao vivo num canal musical), pelo que tive alguma dificuldade de referir qual o motivo da minha presença. Quando me consegui fazer explicar, mandaram-me subir ao andar de cima.

Eu era um velho visitante da casa, conhecendo-lhe todos os cantos, pelo que me dirigi ao escritório do meu amigo, onde ele me esperava.

Bati à porta. Bati outra vez, e não tendo obtido resposta resolvi abrir a porta.

O que vi deixou-me estarrecido.

O meu amigo estava recostado numa enorme cadeira, atrás da secretária, com o sangue bem visível,  saído de um ferimento na têmpora direita. Corri para junto do Jacinto, mas depressa me apercebi que nada havia a fazer. Peguei-lhe no pulso e verifiquei que estava morto.

Olhei a secretária, com o tampo arrumado. Uma folha branca, uma caneta do lado esquerdo, uma agenda e nada mais. No chão, sob a mão esquerda do meu amigo, que era esquerdino, uma arma, que eu conhecia bem. Era um pequeno revólver para o qual ele possuía licença de uso.

Saí, fechei a porta, meti a chave no bolso e desci para a sala.

– Aconteceu uma tragédia! O Jacinto está morto no escritório. É melhor chamarem a polícia. Rodrigo, vai telefonar! Telefona diretamente para a Judiciária.

Estavam tão estupefactos, todos eles, que o Rodrigo obedeceu sem hesitar, dirigindo-se ao átrio de entrada, onde se encontrava o telefone.

Fiquei sentado, observando as personagens.

Lucinda ficava viúva pela segunda vez, herdando mais uma valiosa fortuna, tal como acontecera quando o primeiro marido morrera de doença fatal.

Margarida, jovem de 23 anos, estudante, que pela segunda vez ficava órfã, junto de duas pessoas de quem eu sabia que não gostava.

Rodrigo, filho do primeiro casamento de Lucinda, 26 anos, a viver dos rendimentos da mãe e do padrasto, regressou. O seu regresso coincidiu com uma avalancha de perguntas e a tentativa de subirem ao andar de cima. Mostrei-lhes a chave que guardara no bolso, justificando a sua não entrada no escritório com a necessidade de preservação do local.

Fui entretanto sabendo que embora já estivessem há muito tempo na sala, todos eles se tinham ausentado daquele aposento, isoladamente, na última meia hora antes de eu chegar.

Quis saber se o Jacinto andava bem-disposto, ou se mostrava ter qualquer problema, mas entretanto a campainha da porta tocou.

Resolvi ir eu abrir, tendo-me surgido à frente o meu amigo Narciso Morais.

– Estás cá? Ainda bem! Espero que não tenhas deixado ninguém entrar no escritório nem mexer no revólver.

Chegamos à sala, onde o apresentei à família do meu extinto amigo.

Depois, enquanto subia as escadas com o Narciso, eu já tinha uma ideia sobre o que poderia ter sucedido ao Jacinto.

 

Das hipóteses que se seguem leitor deve escolher uma.

 

A – Foi suicídio

B – Rodrigo matou o padrasto.

C – Lucinda matou o marido.

D – Margarida matou o tio.


Como podem verificar, não é preciso muito esforço para elaborar uma resposta neste problema de escolha múltipla. Basta escolher a opção correta e enviar para apaginadosenigmas@gmail.com até ao dia 10 de agosto. A justificação fica apenas para a solução oficial, que será apresentada quando os resultados forem publicados. Os concorrentes apenas necessitam de apresentar uma letra, A, B, C ou D para responderem.

Será sorteado o livro policiário, A mulher à janela, de A. J. Finn, entre todos os que responderem.

Vamos lá! Todos a enviarem a resposta!

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