Em Fim de Livro - um final atribulado
É difícil, na atualidade, definir datas exatas para existência desta secção, uma vez que os
livros onde era publicada não trazem sempre essas indicações que permitem fazer uma datação correta.
A secção começou a ser publicada no número 28 da Coleção
Xis, editada pela Editorial Minerva,
dedicada à literatura policiária, e terminou no número 53. Não sendo possível
estabelecer a data precisa em que os livros foram publicados, ficam aqui
indicados os anos de início e fim: 1953 e 1956. A periodicidade era aproximadamente mensal.
A secção dirigida por Sete de Espadas, ocupava as últimas
páginas de cada volume, por vezes num número significativo.
Ao contrário de outras secções, publicadas em revistas de
banda desenhada, que se dirigiam a um público mais juvenil, ou em jornais, que
abarcavam todo o tipo de público, esta secção era lida por quem comprava os
livros, ou seja, era uma secção policiária que se dirigia apenas a quem gostava da
literatura deste género.
Nesta secção germinou a ideia do Clube XYZ, formado por
policiaristas que pagariam uma quota de 20$00 (atualmente, aproximadamente 10 cêntimos). O clube editaria uma revista,
da qual saíram alguns números, designado Boletim XYZ, que seria distribuído a
todos os associados, cujo primeiro número terá saído em dezembro de 1954. O
boletim tinha 16 páginas e no primeiro número colaboraram Lima Barreto, C.A.F., Cruz Barreto, Mandrake, Belisário Praxedes, Joaquim Durão e Sete de Espadas.
O caso aqui referido neste texto surgiu no número 51 da Coleção Xis, datado de
1955. Com os estatutos do Clube XYZ em fase de aprovação, Sete de Espadas
publicou na secção Em Fim de Livro uma lista de policiaristas, pelo seu nome,
e não pelo pseudónimo, que teriam preenchido a ficha de inscrição, ou pagado as
primeiras quotas, deixando depois de enviar dinheiro.
Houve um dos nomeados que não considerou correta a
divulgação do seu nome e escreveu para a Editorial Minerva reclamando do
surgimento da sua identificação no livro. Nesse mesmo número, em que foi publicada a reclamação, o 53, a Comissão Organizadora do
XYZ- Clube de Literatura Policiária deu a resposta, informando que a editorial
Minerva nada tinha que ver com a revista e o clube, pedindo desculpas à
editora, mas não dando indicação de que a secção terminaria.
De nada valeu a resposta, porque duas páginas à frente, o
editor fazia um comunicado suspendendo a secção, suspensão essa que a história
mostra que foi definitiva.
Assim morreu uma das melhores secções do policiarismo
português.
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