sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

A Página dos Enigmas nº 55

 



Eis o primeiro problema do “Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário”, publicado no dia 1 de janeiro no blogue Local do Crime.

Pode ser lido, com a todas as informações necessárias relacionadas, no blogue Local do Crime, onde poderão consultar os endereços para envio da solução e a lista de prémios.

O regulamento, a indicação de todos os problemas a publicar  e a lista de prémios finais do torneio também podem ser vistos aqui.

Que ninguém deixe de marcar presença neste torneio.

Segue-se a reprodução do problema policiário que o Local do Crime publicou.


TORNEIO DO CINQUENTENÁRI “MISTÉRIO… POLICIÁRIO” – MA/MP (1975 – 2025)

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PROBLEMA Nº 1

SMALUCO E A MORTE DO INSPETOR MESQUITA,

de Inspetor Boavida

Nos últimos dias desta semana, os telefones móvel e de rede fixa de Smaluco têm tocado insistentemente, sem que ninguém fale. Uns sussurros e algumas palavras impercetíveis de voz feminina é tudo quanto se ouve. Dir-se-ia que quem telefona conhece muito bem os hábitos do velho detetive, uma vez que entre as 15h00 e as 17h00, período de tempo que ele normalmente dedica a uma retemperadora sesta, aquelas chamadas de número anónimo fazem uma pausa. Mas o pior é que o nosso “herói” já nem quase consegue fazer a sua habitual sesta e só muito tarde adormece à noite, por causa daqueles misteriosos telefonemas. À medida que os dias passam, as insónias arruínam por completo as suas noites. Hoje eram quase três da manhã e não conseguia pregar olho.

De súbito, uma campainha soou. Levantou-se meio confuso, sem saber muito bem se aquele toque era do telemóvel ou do telefone fixo. Pegou primeiro num, depois no outro, e em nenhum obteve resposta. E a campainha continuava a tocar. Esfregou os olhos, pensando que estava a sonhar. Mas teve a certeza que não, quando passou a ouvir pancadas e gritos aflitivos, acompanhando a campainha que não parava de soar. Era lá fora, na porta de sua casa, que tudo acontecia! “Abre a porta! Abre a porta, por favor!” Apesar dos gritos lancinantes de súplica, o detetive Smaluco reconheceu aquela voz. Mas ele não queria acreditar, não lhe parecia possível. Quem tocava à campainha e batia com força à sua porta era Natália, Natália Vaz, a mulher da sua vida, a sua grande paixão.

Espreitou pelo ralo da porta e todas as eventuais dúvidas se desfizeram. Ali estava ela, desgrenhada, com um olho negro, marcas de dedos no pescoço, várias escoriações nos braços. Franqueada a entrada, Natália caiu-lhe nos braços em choro convulsivo, tremendo que nem varas verdes e balbuciando palavras impercetíveis. “Ele morreu!” – foi a única frase que Smaluco percebeu no meio de uma salgalhada de palavras entrecortadas por soluços misturados com lágrimas e baba. O velho detetive encaminhou-a até ao sofá, sentou-a e providenciou um copo de água na sua cozinha, que ela ingeriu quase de um trago. “Ele morreu! Ele morreu! Mataram-no! Mataram-no! Mataram-no!”

“Deixa-me ficar aqui esta noite, por favor” – pediu ela. Ele assentiu, mas com uma condição: saber primeiro o que tinha acontecido. Já mais calma, Natália fez, então, o relato dos acontecimentos: “Fomos jantar fora e no regresso a casa ele fez uma grande cena de ciúmes, por causa de um certo sujeito que, segundo ele, não tirava os olhos de mim, com sorrisos e trejeitos atrevidos. Disse-lhe que não dei por nada, mas insistiu que sim, que eu vi muito bem e que de certeza o conhecia. Depois de estacionar o carro, no jardim perto de casa, ele começou a bater-me, chamando-me nomes enquanto me apertava o pescoço. Um sujeito que passava ao longe começou aos gritos, a pedir que parasse de me fazer mal, mas ele nunca parou, estava louco. O homem aproximou-se um pouco mais e, de repente, conheceu-o e desatou aos gritos que nem um louco. ‘Ah, és tu, meu canalha?! Eu sabia que havia de encontrar-te. Vais pagar pelo que me fizeste passar’”.

Natália estremeceu, mergulhou num choro convulsivo e prosseguiu: “Foi então, que ele puxou de uma arma, e enquanto dizia ‘canalha, canalha, canalha’, o Mesquita, sentindo-se perdido, desatou a correr para se refugiar atrás de um murete que existe no jardim, mas não foi a tempo de se esconder. O homem, enquanto repetia ‘canalha, canalha, canalha’, disparou uma, duas vezes, fazendo-o cair no chão”. O choro voltou a interromper Natália, que, em lágrimas, acabaria por afirmar em desespero: “Estou perdida, ninguém vai acreditar em mim, todos os seus colegas vão acusar-me de autoria do crime”. Condoído com o relato, Smaluco tentou acalmá-la: “Vá, vá, agora tenta descansar. Eu amanhã telefono para o filho do Lopes e logo veremos o que hás de fazer”.

E foi isso que ele fez. Ainda não eram oito da manhã, quando ligou para o agente Ramiro, filho do seu ex-colega Lopes, e ficou a saber o que a PJ tinha apurado. Na sequência de um telefonema de um vizinho de Mesquita, que ouviu os tiros, um piquete deslocou-se de madrugada ao local do crime e encontrou a vítima caída de bruços no canteiro do jardim, perto de um murete. Fora alvejada duas vezes, uma no peito e outra no estômago, e terá morrido muito pouco depois. Smaluco acredita que Natália não tem de se preocupar, que apenas terá de prestar declarações e a vida seguirá como dantes, mas sem a violência de que tem sido vítima. E do lado da PJ, que procedimentos se esperam e que conclusões retirará deste crime de homicídio? O leitor, sempre atento, que nos diga...


Para responderem, consultem o blogue Local do Crime no post de 1 de janeiro de 2025.

3 comentários:

  1. ENDEREÇOS E PRAZO PARA O ENVIO DE RESPOSTAS:
    As respostas devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 31 de janeiro de 2025, através dos seguintes exemplos:
    a - Por email, correio eletrónico, do Inspetor Boavida: salvadorsantos949@gmail.com;
    b - Entregando em mão ao orientador do Blogue LOCAL DO CRIME, onde quer que o encontrem;
    c - Via Messenger, Facebook, mensageiro instantâneo e aplicativo de Salvador Pereira dos Santos;
    d - Utilizando o Correio Normal (CTT):
    Luís Manuel Felizardo Rodrigues
    Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.
    FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.

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  2. Nota:
    Além dos prémios em disputa ao longo do torneio, constantes da Lista Oficial de Prémios que abaixo se transcreve, serão sorteados em cada problema os seguintes prémios:
    - 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.
    - 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.

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  3. LISTA OFICIAL DE PRÉMIOS
    DECIFRAÇÃO - GERAL:
    1.º Lugar – TAÇA
    2.º Lugar – MEDALHA OURO
    3.º Lugar – MEDALHA PRATA
    4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
    5.º Lugar – LIVRO Inspector Fidalgo

    MELHORES:
    1.º Lugar – TAÇA
    2.º Lugar – MEDALHA OURO
    3.º Lugar – MEDALHA PRATA
    4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
    5.º Lugar – LIVRO Inspetor Boavida

    ORIGINAIS:
    1.º Lugar – TAÇA
    2.º Lugar – MEDALHA OURO
    3.º Lugar – MEDALHA PRATA
    4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
    5.º Lugar – LIVRO Luís Pessoa

    PRODUÇÃO:
    1.º Lugar – TROFÉU LUPA (Detective Misterioso) – Oferta de JARTUR
    2.º Lugar – TAÇA
    3.º Lugar – MEDALHA OURO
    4.º Lugar – MEDALHA PRATA
    5.º Lugar – MEDALHA BRONZE
    6.º Lugar – LIVRO Salvador Santos

    DIPLOMAS:
    Serão atribuídos, de “PRESENÇA”, a todos os participantes tanto na modalidade de decifração como em produção.

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