Eis o primeiro problema do “Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário”, publicado no dia 1 de janeiro no blogue Local do Crime.
Pode ser lido, com a todas as informações necessárias relacionadas, no blogue Local do Crime, onde poderão consultar os endereços para envio da solução e a lista de prémios.
O regulamento, a indicação de todos os problemas a publicar e a lista de prémios finais do torneio também podem ser vistos aqui.
Que ninguém deixe de marcar presença neste torneio.
Segue-se a reprodução do problema policiário que o Local do Crime publicou.
TORNEIO DO CINQUENTENÁRI “MISTÉRIO… POLICIÁRIO” –
MA/MP (1975 – 2025)
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PROBLEMA Nº 1
SMALUCO E A MORTE DO INSPETOR MESQUITA,
de Inspetor Boavida
Nos últimos dias desta semana, os
telefones móvel e de rede fixa de Smaluco têm tocado insistentemente, sem que
ninguém fale. Uns sussurros e algumas palavras impercetíveis de voz feminina é
tudo quanto se ouve. Dir-se-ia que quem telefona conhece muito bem os hábitos
do velho detetive, uma vez que entre as 15h00 e as 17h00, período de tempo que
ele normalmente dedica a uma retemperadora sesta, aquelas chamadas de número
anónimo fazem uma pausa. Mas o pior é que o nosso “herói” já nem quase consegue
fazer a sua habitual sesta e só muito tarde adormece à noite, por causa
daqueles misteriosos telefonemas. À medida que os dias passam, as insónias
arruínam por completo as suas noites. Hoje eram quase três da manhã e não
conseguia pregar olho.
De súbito, uma campainha soou.
Levantou-se meio confuso, sem saber muito bem se aquele toque era do telemóvel
ou do telefone fixo. Pegou primeiro num, depois no outro, e em nenhum obteve
resposta. E a campainha continuava a tocar. Esfregou os olhos, pensando que
estava a sonhar. Mas teve a certeza que não, quando passou a ouvir pancadas e
gritos aflitivos, acompanhando a campainha que não parava de soar. Era lá fora,
na porta de sua casa, que tudo acontecia! “Abre a porta! Abre a porta, por
favor!” Apesar dos gritos lancinantes de súplica, o detetive Smaluco reconheceu
aquela voz. Mas ele não queria acreditar, não lhe parecia possível. Quem tocava
à campainha e batia com força à sua porta era Natália, Natália Vaz, a mulher da
sua vida, a sua grande paixão.
Espreitou pelo ralo da porta e
todas as eventuais dúvidas se desfizeram. Ali estava ela, desgrenhada, com um
olho negro, marcas de dedos no pescoço, várias escoriações nos braços.
Franqueada a entrada, Natália caiu-lhe nos braços em choro convulsivo, tremendo
que nem varas verdes e balbuciando palavras impercetíveis. “Ele morreu!” – foi
a única frase que Smaluco percebeu no meio de uma salgalhada de palavras
entrecortadas por soluços misturados com lágrimas e baba. O velho detetive
encaminhou-a até ao sofá, sentou-a e providenciou um copo de água na sua
cozinha, que ela ingeriu quase de um trago. “Ele morreu! Ele morreu!
Mataram-no! Mataram-no! Mataram-no!”
“Deixa-me ficar aqui esta noite,
por favor” – pediu ela. Ele assentiu, mas com uma condição: saber primeiro o
que tinha acontecido. Já mais calma, Natália fez, então, o relato dos
acontecimentos: “Fomos jantar fora e no regresso a casa ele fez uma grande cena
de ciúmes, por causa de um certo sujeito que, segundo ele, não tirava os olhos
de mim, com sorrisos e trejeitos atrevidos. Disse-lhe que não dei por nada, mas
insistiu que sim, que eu vi muito bem e que de certeza o conhecia. Depois de
estacionar o carro, no jardim perto de casa, ele começou a bater-me,
chamando-me nomes enquanto me apertava o pescoço. Um sujeito que passava ao
longe começou aos gritos, a pedir que parasse de me fazer mal, mas ele nunca
parou, estava louco. O homem aproximou-se um pouco mais e, de repente,
conheceu-o e desatou aos gritos que nem um louco. ‘Ah, és tu, meu canalha?! Eu
sabia que havia de encontrar-te. Vais pagar pelo que me fizeste passar’”.
Natália estremeceu, mergulhou num
choro convulsivo e prosseguiu: “Foi então, que ele puxou de uma arma, e
enquanto dizia ‘canalha, canalha, canalha’, o Mesquita, sentindo-se perdido,
desatou a correr para se refugiar atrás de um murete que existe no jardim, mas
não foi a tempo de se esconder. O homem, enquanto repetia ‘canalha, canalha,
canalha’, disparou uma, duas vezes, fazendo-o cair no chão”. O choro voltou a
interromper Natália, que, em lágrimas, acabaria por afirmar em desespero:
“Estou perdida, ninguém vai acreditar em mim, todos os seus colegas vão
acusar-me de autoria do crime”. Condoído com o relato, Smaluco tentou
acalmá-la: “Vá, vá, agora tenta descansar. Eu amanhã telefono para o filho do
Lopes e logo veremos o que hás de fazer”.
E foi isso que ele fez. Ainda não
eram oito da manhã, quando ligou para o agente Ramiro, filho do seu ex-colega
Lopes, e ficou a saber o que a PJ tinha apurado. Na sequência de um telefonema
de um vizinho de Mesquita, que ouviu os tiros, um piquete deslocou-se de
madrugada ao local do crime e encontrou a vítima caída de bruços no canteiro do
jardim, perto de um murete. Fora alvejada duas vezes, uma no peito e outra no
estômago, e terá morrido muito pouco depois. Smaluco acredita que Natália não
tem de se preocupar, que apenas terá de prestar declarações e a vida seguirá
como dantes, mas sem a violência de que tem sido vítima. E do lado da PJ, que
procedimentos se esperam e que conclusões retirará deste crime de homicídio? O
leitor, sempre atento, que nos diga...
ENDEREÇOS E PRAZO PARA O ENVIO DE RESPOSTAS:
ResponderEliminarAs respostas devem ser enviadas impreterivelmente até às 24h00 do dia 31 de janeiro de 2025, através dos seguintes exemplos:
a - Por email, correio eletrónico, do Inspetor Boavida: salvadorsantos949@gmail.com;
b - Entregando em mão ao orientador do Blogue LOCAL DO CRIME, onde quer que o encontrem;
c - Via Messenger, Facebook, mensageiro instantâneo e aplicativo de Salvador Pereira dos Santos;
d - Utilizando o Correio Normal (CTT):
Luís Manuel Felizardo Rodrigues
Praceta Bartolomeu Constantino, 14, 2.º Esq.
FEIJÓ 2810 – 032 ALMADA.
Nota:
ResponderEliminarAlém dos prémios em disputa ao longo do torneio, constantes da Lista Oficial de Prémios que abaixo se transcreve, serão sorteados em cada problema os seguintes prémios:
- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.
- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.
LISTA OFICIAL DE PRÉMIOS
ResponderEliminarDECIFRAÇÃO - GERAL:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar – MEDALHA OURO
3.º Lugar – MEDALHA PRATA
4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO Inspector Fidalgo
MELHORES:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar – MEDALHA OURO
3.º Lugar – MEDALHA PRATA
4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO Inspetor Boavida
ORIGINAIS:
1.º Lugar – TAÇA
2.º Lugar – MEDALHA OURO
3.º Lugar – MEDALHA PRATA
4.º Lugar – MEDALHA BRONZE
5.º Lugar – LIVRO Luís Pessoa
PRODUÇÃO:
1.º Lugar – TROFÉU LUPA (Detective Misterioso) – Oferta de JARTUR
2.º Lugar – TAÇA
3.º Lugar – MEDALHA OURO
4.º Lugar – MEDALHA PRATA
5.º Lugar – MEDALHA BRONZE
6.º Lugar – LIVRO Salvador Santos
DIPLOMAS:
Serão atribuídos, de “PRESENÇA”, a todos os participantes tanto na modalidade de decifração como em produção.