Relembramos que até ao final do dia 29 de fevereiro ainda pode ser enviada a solução de O Assalto ao Banco Royal.
Segue-se, agora, um pequeno texto sobre o uso do termo policiário.
Policial
ou Policiário ?
A palavra Policiário, apesar do seu uso de décadas, não surge grafada nos dicionários, com razões que só os linguistas poderão apresentar.
Fernando Pessoa
disse que “a minha pátria é a língua portuguesa”, e, este reconhecido autor da língua
escrita em português, redigiu, em 13 de janeiro de 1935 , numa carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro, “ … ou se deveria
abrir com uma novela policiária, que ainda não consegui completar.”
Refira-se que
Adolfo Casais Monteiro foi tradutor, crítico literário e poeta. Nasceu em 4 de
julho de 1908 e faleceu em 24 de julho de 1972.
Voltando ao tema
deste texto, faça-se ainda ainda alusão a que, em resposta a uma outra missiva, Fernando Pessoa
escreve de novo a Casais Monteiro, em 20 do mesmo mês, “Até à data que indico
como provável para o aparecimento do livro maior, devem estar publicados ‘O
Banqueiro Anarquista’ (em nova forma e redação), uma novela policiária (que
estou escrevendo e não é aquela a que me referi na carta anterior…”.
A palavra Policiária é então usada por Fernando Pessoa, nestas duas cartas, num contexto que difere de policial. O Policiário insere-se numa atividade lúdica de escrita e de leitura, que difere do policial associado à atividade real das polícias.
Considerando
esta primeira utilização da palavra por Fernando Pessoa e o seu uso, em diversas
publicações ao longo de mais de 70 anos, também aqui será usado o termo
policiário para a atividade que gera o conteúdo deste blogue.
# EXCELENTE DOCUMENTO!
ResponderEliminar...Tenciono (re)publicá-lo no Blogue do "Repórter de Ocasião"!
Bom trabalho.
- O Gráfico