sábado, 13 de setembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 143

 

Policiaristas : Jartur


Fotografia extraída do blogue Repórter de Ocasião de 13 de fevereiro de 2023


João Artur Mamede nasceu em 13 de janeiro de 1935.

Em 22 de março de 1957 orientou a sua primeira secção: O Gosto do Mistério na revista Flama. Era na altura cabo miliciano, no Regimento de Infantaria de Aveiro.

Devido à má legibilidade da sua letra, que na época era manuscrita, o compositor da página da Flama leu mal o nome, e em vez de Mr. Jartur, a secção começou a ser orientada por Mr. Dartur.


Cabeçalho de O Gosto do Mistério, a primeira secção orientada por Jartur

Na Colecção Pantera Negra orientou uma curta secção, porque a coleção policial durou pouco, intitulada Mistério.

Nos anos de 1957/58 surge responsável por Recorte Policiário nos Almanaque de Angola e de Moçambique, assim como pela secção O Crime não Compensa na revista De Aquém e de Além Mar.

Em 1962 é um dos responsáveis, no Emissores do Norte Reunidos, pela secção policiária radiofónica Dossier 447. 

Entre 1 de março de 1979 e 11 de setembro de 1980 foi o responsável pela secção Clube de Detectives no Suplemento O Pirilim, do jornal O Comércio do Porto.

Usou os seguintes pseudónimos: Mr. Jartur, Jartur Mamede e Jartur, por opção própria, e Mr. Dartur, por imposição de outro, como já anteriormente foi referido.


Fotografia extraída de O Inspector Fidalgo, mostrando Jartur na Marinha Grande em 27 de dezembro de 1975

Apesar de não ser conhecida a sua estreia como solucionista, é possível encontrá-lo na secção Quem Foi?, na década de 50 a responder ao Torneio de Abertura, surgindo concorrente em Aveiro, apareceria no Porto só alguns anos mais tarde, sabendo-se que se iniciou meses antes de começar a orientar a secção na revista Flama, pelo que a segunda metade da década de 50 do século passado é uma data aceitável.

A sua grande presença como produtor e solucionista ocorreu nos finais dos anos 50 e inícios da década de 60 do século passado, pois nos últimos anos tem-se dedicado ao AHPP (Arquivo Histórico da Problemística Policiária). Tem um grande acervo recolhido e arquivado do qual vai dando conhecimento por e-mail aos policiaristas interessados, com publicação on-line das suas pesquisas no blogue, atualmente inativo mas disponível, Crime Público e no site Clube de Detectives.


Imagem extraída do blogue Repórter de Ocasião de 13 de janeiro de 2024. Jartur no convívio de Viseu em 24 de estembro de 1978


Jartur é o grande historiador da Problemística Policiária em Portugal. A ele se deve muita da informação atualmente disponível.

É o responsável pela elaboração do troféu Lupa de Ouro que já premiou alguns policiaristas, sendo um prémio de reconhecimento pela carreira que tiveram. Sem dúvida que Jartur seria merecedor desse prémio.

Esteve na génese da Tertúlia Policiária do Norte, em 30 de Novembro de 2003, que durante alguns anos conseguiu dinamizar várias ações no Norte do país.


Imagem extraída do blogue Repórter de Ocasião de 13 de fevereiro de 2923, mostrando Jartur num convívio em Almada

Paralelamente à sua atividade de Tertuliano, solucionista, produtor e divulgador do policiarismo. foi marcando presença em vários convívios, como o atestam fotografias desses eventos e as reportagens onde são descritos.

A sua diversidade de ocupações policiárias e a sua atividade profissional não lhe permitiu ser muitas vezes vencedor, mas quando concorria como solucionista estava sempre entre os melhores.

Foi vencedor de algumas das melhores soluções em alguns problemas. A sua apetência pela banda desenha e a capacidade de escrever em poesia, decerto ter-lhe-iam fornecido algumas vitórias de Originalidade se a isso se tivesse dedicado no momento em que os referidos prémios eram atribuídos.



Imagem retirada do blogue Repórter de Ocasião de 13 de fevereiro de 2023. Jartur no convívio de Almada em 30 de janeiro de 1982


Sublinhe-se a vitória que obteve no Torneio Preparação, o primeiro torneio organizado pela secção Policiário do jornal Público, em 1992.

Na escrita de contos venceu na categoria conto, com O Decote Fatal, os Primeiros Jogos Florais de Temática Policiária.  Publicou ainda vários contos de cariz policiário no blogue Crime Público e na revista Célula Cinzenta.

Mas como produtor de problemas policiários o seu nome evidencia-se. Nunca venceu nenhum torneio, mas marcou presença com muitos textos, desde 12 de abril de 1956, quando publicou O cachecol denunciante, até aos dias de hoje.


Imagem retirada do blogue O Inspector Fialgo de 4 de fevereiro de 2025. Jartur nom convívio em Cabanas de Viriato em 2009

Alguns dos seus problemas são excelentes, tendo sido usados por M. Constantino em O Grande Livro da Enigmística Policiária.

Alguns dos seus problemas foram republicados várias vezes, o que mostra o reconhecimento de que é alvo por parte dos outros policiaristas, sendo esse o elemento mais importante nesta atividade: o reconhecimento pelos pares da qualidade do trabalho desenvolvido. São os casos de Vampiros de Prata de O Táxi Misterioso, de O Mistério do Tridente FatalO Mistério do Monte Careca e O Mistério Enquadrado (escrito em quadras).

1 comentário:

  1. Além de um produtor e solucionista de alto gabarito é um Senhor, um ser humano maravilhoso👏

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