Policiaristas: M. Constantino
Manuel Botas Constantino nasceu em Almeirim em 21 de abril de 1925 e faleceu em 30 de
novembro de 2019. Foi uma das personagens mais marcantes do policiário
português desde os anos 40 até à sua morte.
Iniciou-se no policiário no ano de
1945 e, desde os 20 anos até à sua morte, foi um excelente divulgador da
modalidade.
Durante o seu percurso no policiário, usou vários pseudónimos, alguns, os que são conhecidos, são aqui referidos: Visconde de Valamor, Constantino, M. Constantino, N.N., Manuel Constantino, Zé da Vila e Mário Campino.
Refira-se que Visconde Valamor surge com várias grafias, pelo que foi aqui
adotada a usada no livro Memórias de Desafios Intelectuais. Quanto ao
pseudónimo N. N, apenas foi
encontrado uma única vez, na publicação do problema Ladrão que rouba ladrão no jornal O Almeirinense.
Desde muito cedo que Constantino se empenhou em escrever.
Dirigiu algumas secções, escreveu ensaios, contos e publicou livros, não dando
igual importância à decifração dos problemas policiários, abandonando-a mesmo.
Deste modo, sem se encontrarem na sua carreira prémios de decifração, são muitos os que ganhou como produtor de problemas policiários.
1948 – I Torneio por
Eliminatórias, na revista Camarada
1949 – I Grande Torneio, na
revista Camarada
1979 – Torneio Repórter X, na
revista Cruzadex
1988 – II Supertaça Policiária
no Jornal de Almada
1993 – Supertorneio Policiário 93,
no jornal Público
1994 – Supertorneio Policiário 94,
no jornal Público
2006 – Campeão Nacional de
Produção, no jornal Público.
2010 – Campeão Nacional de
Produção, no jornal Público.
2015 – Campeão Nacional de
Produção, no jornal Público.
2016 – Campeão Nacional de
Produção, no jornal Público.
De salientar a sua presença como
produtor no jornal Público, onde, quase todos os anos, apresentava um
problema, que era sempre bastante difícil.
As muitas vitórias que obteve como
produtor, sugerem, de imediato, que foi um autor bastante prolífico. Tal
aconteceu, tendo referenciado 73 problemas de sua autoria, apenas encontro mais
de Luís Pessoa. Haverá um
policiarista, Marvel, que poderá ter
mais problemas da sua autoria, apesar de não os ter referenciado.
Este grande número de problemas
policiários de que foi autor, levou à publicação de dois livros em que os dá a
conhecer a quem não os leu nas suas publicações originais. Temos assim, a Antologia
de Problemas Policiários, editado pela Câmara Municipal da Maia, em 2005, e
Memórias de Desafios Intelectuais, uma edição de autor, de 2013.
De entre os seus problemas, deverão
destacar-se aqueles que têm como personagem principal o Avô Palaló, personagem
inspirada no avô materno do próprio Constantino.
Apesar de muitas vezes ser acusado de
fazer problemas muito difíceis, inacessíveis para a maior parte dos
solucionistas, na verdade também tem alguns bastante fáceis, capazes de captar
elementos para a modalidade.
Muitos dos seus problemas foram republicados em vários locais e usados por si, para exemplificar métodos de encontrar soluções, formas de esconder a chave ou por terem qualidade superior.
Publicou em vários locais: jornal Átomo,
A Bomba, Passatempo, Público, Mundo de Aventuras, O Almeirinense, Jornal de
Sintra, Auditorium, Diário Popular, Altura, Camarada, Flama, Quebra-Tolas, A
Voz das Beiras, Cruzadex, Badaladas, Jornal de Almada, Pesquisa, Célula
Cinzenta, O Lidador das Cinzentas, Clube de Detectives (Blogue).
Excluí as situações em que o problema
surge escrito, como sendo a primeira vez, nos livros que escreveu, pois é muito
provável que antes tenham sido publicados noutro local.
Quanto a republicações, houve-as em Memórias
de Desafios Intelectuais, Correio do Ribatejo, O Grande Livro da Problemística
Policiária, Antologia de Problemas Policiários, Passatempo, Célula Cinzenta,
Manual de Enigmística Policiária, Quebra-Tolas, O Lidador das Cinzentas, XYZ
Magazine, O Crime, O Almeirinense, Público, Audiência-Grande Porto.
Dos problemas que escreveu, saliento Rei morto, rei posto, republicado quatro
vezes, não contabilizando os seus livros, e que surgiu republicado como Morte para um tirano.
Além dos problemas, Constantino publicou vários livros de
divulgação do policiário e da ficção científica, designadamente através da
revista Célula Cinzenta, em que, na própria revista ou em publicações
editadas pela Associação Policiária
Portuguesa, do qual a referida revista funcionava como porta-voz, onde Constantino publicou vários ensaios.
De referir também a escrita de contos,
onde se podem referir publicações no XYZ Magazine e na revista Célula
Cinzenta.
Foi também um participante em vários
convívios, marcando com a sua presença a qualidade que vinha de outras eras.
















