sábado, 13 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 189

 

Policiaristas: M. Constantino

Imagem extraída do blogue O Inspector Fidalgo de 20 de fevereiro de 2025. M. Constantino no convívio de Azeitão em 1 de junho de 2008

Manuel Botas Constantino nasceu em Almeirim em 21 de abril de 1925 e faleceu em 30 de novembro de 2019. Foi uma das personagens mais marcantes do policiário português desde os anos 40 até à sua morte.

Iniciou-se no policiário no ano de 1945 e, desde os 20 anos até à sua morte, foi um excelente divulgador da modalidade.


Fotografia extraída do blogue O Inspector Fidalgo de 12 de dezembro de 2024, mostrando Constantino no ano de 1948

Durante o seu percurso no policiário, usou vários pseudónimos, alguns, os que são conhecidos, são aqui referidos: Visconde de Valamor, Constantino, M. Constantino, N.N., Manuel Constantino, Zé da Vila e Mário Campino.

Refira-se que Visconde Valamor surge com várias grafias, pelo que foi aqui adotada a usada no livro Memórias de Desafios Intelectuais. Quanto ao pseudónimo N. N, apenas foi encontrado uma única vez, na publicação do problema Ladrão que rouba ladrão no jornal O Almeirinense.

Desde muito cedo que Constantino se empenhou em escrever. Dirigiu algumas secções, escreveu ensaios, contos e publicou livros, não dando igual importância à decifração dos problemas policiários, abandonando-a mesmo.

Imagem extraída do blogue Repórter de Ocasião de 1 de julho de 2023

Deste modo, sem se encontrarem na sua carreira prémios de decifração, são muitos os que ganhou como produtor de problemas policiários.

1948 – I Torneio por Eliminatórias, na revista Camarada

1949 – I Grande Torneio, na revista Camarada

1979 – Torneio Repórter X, na revista Cruzadex

1988 – II Supertaça Policiária no Jornal de Almada

1993 – Supertorneio Policiário 93, no jornal Público

1994 – Supertorneio Policiário 94, no jornal Público

2006 – Campeão Nacional de Produção, no jornal Público.

2010 – Campeão Nacional de Produção, no jornal Público.

2015 – Campeão Nacional de Produção, no jornal Público.

2016 – Campeão Nacional de Produção, no jornal Público.

De salientar a sua presença como produtor no jornal Público, onde, quase todos os anos, apresentava um problema, que era sempre bastante difícil.

As muitas vitórias que obteve como produtor, sugerem, de imediato, que foi um autor bastante prolífico. Tal aconteceu, tendo referenciado 73 problemas de sua autoria, apenas encontro mais de Luís Pessoa. Haverá um policiarista, Marvel, que poderá ter mais problemas da sua autoria, apesar de não os ter referenciado.


Imagem retirada do blogue Repórter de Ocasião de 1 de julho e 2023

Este grande número de problemas policiários de que foi autor, levou à publicação de dois livros em que os dá a conhecer a quem não os leu nas suas publicações originais. Temos assim, a Antologia de Problemas Policiários, editado pela Câmara Municipal da Maia, em 2005, e Memórias de Desafios Intelectuais, uma edição de autor, de 2013.

Extrato de uma fotografia publicada no blogue O Inspector Fidalgo de 22 de fevereiro de 2024. Constantino num convívio em Algés em 1988

De entre os seus problemas, deverão destacar-se aqueles que têm como personagem principal o Avô Palaló, personagem inspirada no avô materno do próprio Constantino.

Apesar de muitas vezes ser acusado de fazer problemas muito difíceis, inacessíveis para a maior parte dos solucionistas, na verdade também tem alguns bastante fáceis, capazes de captar elementos para a modalidade.

Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo de 16 de maio de 2024.  Constantino no convívio de Algés em 1994

Muitos dos seus problemas foram republicados em vários locais e usados por si, para exemplificar métodos de encontrar soluções, formas de esconder a chave ou por terem qualidade superior.

Publicou em vários locais: jornal Átomo, A Bomba, Passatempo, Público, Mundo de Aventuras, O Almeirinense, Jornal de Sintra, Auditorium, Diário Popular, Altura, Camarada, Flama, Quebra-Tolas, A Voz das Beiras, Cruzadex, Badaladas, Jornal de Almada, Pesquisa, Célula Cinzenta, O Lidador das Cinzentas, Clube de Detectives (Blogue).

Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo de 10 de setembro de 2024. Receção de um prémio no convívio da Amadora em 26 de março de 1996

Excluí as situações em que o problema surge escrito, como sendo a primeira vez, nos livros que escreveu, pois é muito provável que antes tenham sido publicados noutro local.

Quanto a republicações, houve-as em Memórias de Desafios Intelectuais, Correio do Ribatejo, O Grande Livro da Problemística Policiária, Antologia de Problemas Policiários, Passatempo, Célula Cinzenta, Manual de Enigmística Policiária, Quebra-Tolas, O Lidador das Cinzentas, XYZ Magazine, O Crime, O Almeirinense, Público, Audiência-Grande Porto.

Dos problemas que escreveu, saliento Rei morto, rei posto, republicado quatro vezes, não contabilizando os seus livros, e que surgiu republicado como Morte para um tirano.


Imagem retirada do blogue O Inspector Fidalgo de 17 de maio de 2021. Fotografia no convívio de Torres vedras em 1 de dezembro de 1996

Além dos problemas, Constantino publicou vários livros de divulgação do policiário e da ficção científica, designadamente através da revista Célula Cinzenta, em que, na própria revista ou em publicações editadas pela Associação Policiária Portuguesa, do qual a referida revista funcionava como porta-voz, onde Constantino publicou vários ensaios.

De referir também a escrita de contos, onde se podem referir publicações no XYZ Magazine e na revista Célula Cinzenta.

Foi também um participante em vários convívios, marcando com a sua presença a qualidade que vinha de outras eras.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

A Página dos enigmas nº 188

Hoje é publicado o último teste do Torneio Quem é?. São autores nascido em Portugal que são referidos nas várias questões.
 


 Prova nº 9                                                            Torneio Quem é?

Escritoras e escritores que nasceram em Portugal

Autor: Paulo


1 - É um autor português que nasceu em 1962. Escreveu um largo conjunto de romances, e alguns contos, com um  detetive por si criado, pertencente à Polícia Judiciária, o que lhe permitiu colocar a ação quase sempre, mas não só, em Portugal.

Como curiosidade, refira-se o facto de um dos seus romances se localizar no ambiente da Expo 1998, a exposição universal que Portugal organizou.

Escreve também poesia, usando para essa forma de escrita um pseudónimo.

a) Quem é o escritor?

b) Quem é o inspetor da judiciária referido no texto, que tem por iniciais no seu nome J e R?


 2- É uma autora nascida na ilha da madeira em 1958. Trata-se de uma escritora com muitas obras publicadas, que surgiu em 1989, vencendo um prémio associado a uma coleção Policiária. Mais tarde, publicou também westerns. Tem uma vasta obra, com mais de 40 livros.

Ganhou o Prémio Caminho Policial, Prémio do PEN Clube Português na categoria de ficção, o  Prémio Literário Edmundo Bettencourt; o Prémio Máxima de Literatura, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Oceanos.

a) Quem é esta autora?

b) Qual é o título da obra com que venceu em 1989 o prémio que o texto refere?

 

3- Nasceu em Lisboa em 1930 e morreu em 2008. Foi jornalista e diretor da versão portuguesa da revista Tintin durante vários anos. Não escreveu muitos livros, mas houve quatro, que, sob pseudónimo lançou no mercado, descrevendo os casos protagonizados por um assassino profissional. Não serão muitas as situações em que uma série policiária tem um protagonista com este tipo de atividade. 

O último livro desta série foi publicado em 2009, já depois da sua morte, que ocorreu em 2008.

a) Quem é o autor?

b) Qual é o nome do assassino profissional protagonista dos livros referidos?

 

4 - Nasceu em Vila Flor em 1942 escreveu em prosa e poesia. Na prosa, surgiu com vários escritos policiários, alguns sob o pseudónimo de Artur Cortez, onde revela uma visão da sociedade portuguesa da segunda metade dos anos setenta.

Indo contra um modelo muito em voga na época, colocou a ação dos seus romances policiários em Portugal.

a) Qual é o nome com o qual este escritor escreve, além do pseudónimo já referido?

b) Qual é o nome, que não é o real,  pelo qual é conhecido o protagonista dos livros que escreveu como Artur Cortez?

 

5 - Autor português que nasceu em Lisboa no ano de 1955. É licenciado em Filologia Germânica, além de escritor, e exerceu a atividade de tradutor. Foi também redator em vários jornais: O Diário, O Jornal, Expresso e Diário de Notícias.

Escreveu vários livros policiais, onde se inclui uma trilogia protagonizada por um ex-agente inspetor da polícia Judiciária, cujos títulos se iniciam todos com a palavra morte.

a) Quem é o escritor?

b) Qual é o nome do ex-inspetor da Polícia Judiciária?

 


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 187

 


O I Grande Torneio de Divulgação foi um torneio com 8 problemas, que não pretendiam ser muito difíceis, mas, tentarem captar novos aderentes para a modalidade.

Os solucionistas estavam divididos em 3 categorias, em função da sua experiência, e assim eram classificados. Estreantes, Novos e Consagrados. A categoria de Consagrados teve poucos concorrentes.

Problema 1, Jogo Duplo, de Viróbico, em setembro de 1977. Problema em soneto

Elementos da solução.

Contradição entre as declarações e os factos.

 

Problema 2,  Eu vi…, de Marvel, em outubro de 1977.

Elementos da solução.

Contradição entre as declarações e os factos

 

Problema 3, Não vale a pena matar, de Juve, em novembro de 1977

Elementos da solução.

Contradição entre as declarações e os factos.

 

Problema nº 4, Criminoso Aprendiz, de A. C. R., em novembro de 1977.

Elementos da solução.

Contradição entre as declarações e os factos.

 

Problema nº 5, Nos mares da Groenlândia, de Detective Misterioso, em dezembro de 1977.

Elementos da solução.

Contradições entre as declarações e os factos.

 

Problema 6, Num corredor com 20 metros ou Bisbilhotices na Residencial das Avenidas, de Sete de Espadas, em janeiro de 1978.

Elementos da solução.

Impossibilidades do que é declarado, face ao cenário

 

Problema nº 7, Amoras e Pão, de Mário Campino, em janeiro de 1978.

Elementos da solução.

Contradições entre as declarações e os factos do cenário

 

Problema nº 8, Investigação em cinzento, de Constantino, em setembro de 1978.

Elementos da solução.

Enigma em que uma erva indica o assassino.

 

Classificações

Categoria A) Estreantes

1º Pato – 153 pontos

2º Newton – 152 pontos

3º Gemini – 148 pontos

4º Raiuga  – 148 pontos

5º Cafifica – 148 pontos

  Paimum – 148 pontos

7º Russo  – 145 pontos

8º Inspector Morte Lenta  – 144 pontos

9º Valsina  – 144 pontos

10º – Jersil  – 143 pontos

Total: 115 concorrentes

 

Classificação As Melhores

1º Inspector Morte Lenta,  14 pontos

2º Otneb,  7 pontos

3º Newton, 4 pontos

4º Valsina, 3 pontos

5º Raiuga,  3 pontos

 Total de concorrentes pontuados: 14

 

Categoria B) Novos

1º Milau, 157 pontos

2º O Gráfico, 156 pontos

3º Alva, 156 pontos

4º Efe-Eme, 156 pontos

5º Milena, 156 pontos

6º Raul Ribeiro, 155 pontos

7º Mabuse, 153 pontos

8º Confúsio, 153 pontos

9º Persa, 152 pontos

10º Nuno Cristovão, 151 pontos

 

Classificação As Melhores

1º O Gráfico, 8 pontos

2º O Formiga, 7 pontos

3º Mycroft Holmes, 6 pontos

4º Alva, 5 pontos

 5º Milau, 5 pontos

Total de concorrentes pontuados: 13

 

Categoria C) Consagrados

1º Alarife, 155 pontos

2º Detective Invisível, 153 poontos

3º Inspector Moisés, 151 pontos

Total: 6 concorrentes

 

Classificação As Melhores

1º Detective Invisível, 15 pontos

2º Alarife, 13 pontos

3º O Barbas, 8 pontos

Pontuaram, os 6 concorrentes.


domingo, 7 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 186

 



Eis as classificações do problema número 11, O gorro vermelho, da autoria de Fotocópia, do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiario.

10 pontos

Clóvis, Detective Jeremias, Detective Verdinha, Didão, Fotocópia, Inspector Pevides, Inspetor Detetive, Jesse James, Mali, Mandrake Mágico, O Pegadas e Pintinha. (12 concorrentes).

8 pontos

Arjacasa, Columbo, Detective Silva, Dona Sopas, Ego, Haka Crimes, Inspector 27797, Inspector Aranha, Inspector Mokada, Inspector Moscardo, Inspector Mucaba, JC Al, Joel Trigueiro, Jorrod, Mancha Negra, Mula Velha, Os Super Heróis do Policiário, Pedro Monteiro, Sofia Ribeiro e Visconde das Devesas. (20 concorrentes)

7 pontos

CA7 e Edomar. (2 concorrentes).

6 pontos 

Carluxa, Faria, Inpectora Sardinha, Inspector Rickyi e Marino. (5 concorrentes).

5 pontos

Ana Marques e Margareth. (2 concorrentes).

4 pontos

Bernie Leceiro, Búfalos Associados, Carlos Caria, CN13, Detective Suricata, Inspcctor Cláudio, Molécula, Sandra Ribeiro, Vic Key, ZAB, e Zé Alguém. (11 concorrentes)

3 pontos

Detective Vasofe, Fátima Pereira e Rainha Kátya. (3 concorrentes).



Total de concorrentes: 55


As Melhores

Fotocópia- 5 pontos

Mandrake o Mágico - 4 pontos

Detective Verdinha - 3 pontos

Detective Jeremias - 2 pontos

Inspector Pevides - 1 ponto




As Mais originais

Fotocópia - 5 pontos

Detective Verdinha - 4 pontos

Dona Sopas - 3 pontos

Bernie Leceiro - 2 pontos

Mali -1 ponto



Premiados


- 1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

 PREMIADO: Jesse James

 

- 1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas.

 PREMIADO: Carluxa

 

sábado, 6 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 185

 




Publica-se hoje a solução do autor de O Gorro Vermelho, de Fotocópia, problema nº 11 do Torneio do Cinquentenário do Mistério Policiário.


1)  A modalidade desportiva é Polo Aquático. É facilmente deduzida após leitura deste extrato de texto: “– Peço desculpa, mas estava a arrumar o material de jogo e deparei-me com a falta de bolas de jogo, balizas fora do lugar, garrafas estragadas, quadro tático rachado, toucas desaparecidas… – disse com aflição o delegado. O clube não andava bem de finanças e após a derrota não era este tipo de notícias que se desejava ouvir no seu seio.”. No decorrer do texto também se fala em PISCINA “Já no cais da piscina…”;

 

2)  O par culpado da agressão são os dois seguranças!

2.1. O treinador e os presentes facilmente chegaram a essa conclusão porque os dois seguranças estão a mentir nas suas declarações quando se referem que viram “...lá essa touca com n.º 12 quando fizemos a ronda...” – disse um - e “...vimos bem a marca e o número...” – disse o outro. Efetivamente, tratando-se de um gorro vermelho ou touca de jogador, o número só podia ser o... 13, a touca do guarda-redes suplente, conforme confirmam as regras do pólo aquático. Para além disso verifica-se no decorrer da história que a touca n.º 1 do guarda-redes titular, também vermelha, já tinha aparecido “– Ok “redes”, o gorro número 1 já está, vão lá encontrar o outro, por favor. – respondera o delegado.”, sendo que só faltava a do suplente!

 

3) O par de seguranças agrediu o capitão de equipa porque este era responsável por instigar os adeptos a revoltarem-se, conforme nos é dito no texto: “Por sinal, estes dois seguranças já tinham enfrentado problemas com adeptos da própria casa pois o capitão constantemente os instigava, tendo depois os seguranças de sossegar a cólera dos torcedores.”. Por isso, no momento da agressão, exclamaram: “...esta é por tudo aquilo que já nos fizeste passar…”. 

 

Nota: De salientar que os seguranças foram alcunhados pelo adepto suspeito como

“gorilas” sinal do seu elevado porte! E se um dos torcedores, suspeitos, proferiu:

“..., mas não batemos em ninguém.” ... é porque constatou o cenário do capitão agredido! Sintomático.

 

Fatores de valorização: 

a) A surpresa dos atacantes visualizarem a tatuagem da carta 7 de Espadas no ombro do capitão... se fosse alguém da equipa (guarda-redes suplente) não se admiraria, pois já teria reparado na mesma, durante os jogos e treinos, no balneário;

b) Homens da limpeza são testemunhas e corroboram a versão do adepto que está a ser subjugado pelos seguranças;

c) Para os mais observadores: as várias menções alusivas à cor vermelha ao longo do texto. 

 

Presença de Concorrente: (3 pontos).

 

------------------- REGRAS DO POLO AQUÁTICO ------------------- Os equipamentos

Toucas (também chamados de Gorros)

Os jogadores usam toucas (gorros) de pano, com proteções para as orelhas, sendo que uma equipa usa toucas brancas e a outra usa toucas azuis. As toucas dos guarda-redes são vermelhas. As toucas são numeradas de 1 a 13 onde a touca 1 e 13 são sempre do guarda-redes.

 

ARTIGO 22º - EQUIPAMENTOS

 Os jogadores têm que se apresentar no campo de jogo devidamente equipados, entendendo-se como tal, fato de banho não transparente, o respetivo gorro e quando existir o uso de touca de silicone por baixo do gorro deverão ambos ser do mesmo tom, em conformidade com as regras WP 4 e 5 da FINA.

Caso os árbitros considerem que há necessidade, conforme disposto na Regra FINA WP 4, poderão exigir a uma equipa que use gorros brancos ou azuis.

 No caso de os clubes apresentarem gorros de cor diferente de branco ou azul, deverão proceder à entrega, na mesa de jogo, de bandeira regulamentar com a cor dos gorros.

 Nos Campeonatos da 1ª e 2ª Divisão, e nas Fases Finais dos Campeonatos Nacionais de idades até aos SUB 15 inclusive de ambos os géneros, os jogadores são obrigados, durante todo o jogo, a usar fato de banho da mesma cor, com o mesmo logótipo e/ou patrocinador. A eventual substituição de fato de banho no decorrer do jogo deve ser por outro igual ao usado anteriormente. Os árbitros não devem consentir a entrada na água a um atleta com um fato de banho diferente. Se durante o jogo algum atleta inapropriadamente estiver a usar um fato de banho diferente, será excluído definitivamente do jogo com substituição, ao abrigo da regra WP 21.13.

5 – Quando coexistirem atletas dos dois géneros no mesmo jogo, a igualdade nos fatos de banho estipulado no número anterior, só deverá ser verificada no género respetivo.

6 – Nos Campeonatos da 1ª e 2ª Divisão, e nas Fases Finais dos

Campeonatos Nacionais de idades até aos SUB 15 inclusive de ambos os géneros os restantes agentes desportivos têm que se apresentar no campo de jogo devidamente equipados, entendendo-se como tal, vestuário de igual padrão, devendo usar calças compridas e usar calçado fechado. No caso de não se verificar o cumprimento disposto nesta alínea, o agente desportivo será impedido de participar no jogo.

7 – Os árbitros deverão mencionar no relatório qualquer falta ou ocorrência relacionada com os elementos previstos no presente artigo.


Depois da solução apresentada pelo autor do problema, surgem os critérios de classificação.

a) Indicação da modalidade corretamente - 1 ponto

b) Indicação dos seguranças como autores da agressão - 2 pontos

c) Justificação da indicação dos seguranças como agressores- 2 pontos

d) Indicação correta do motivo para a agressão com a justificação do texto - 2 pontos

e)  Presença - 3 pontos.

Observações: a indicação da mentira dos seguranças no que se refere  â touca número 13, mostra que eles não estiveram no balneário dos árbitros e era fundamental na c) indicar essa mentira . No que se refere a d) considerou-se que, desde que devidamente justificado, quem indicou os homens da limpeza como agressores, deveria ter a pontuação referente a esta alínea. 

Finalmente uma última referência, para o facto de Fotocópia ter enviado para classificação uma outra solução, diferente daquela que aqui foi publicada, mais trabalhada, de modo a poder candidatar.se a As Mais Originais e As Melhores.




quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 184

 

Obra – Uma aventura inquietante

Para alguns constituirá uma surpresa o surgimento deste nome. Um dos principais escritores portugueses do século XX, que não é conhecido por ser um escritor de romances policiais. Mas, é verdade, José Rodrigues Miguéis escreveu um, e, sem dúvida, dos mais bem escritos e concebidos por autores portugueses. O seu título é “Uma aventura inquietante”.

Foi publicado no semanário “O Diabo” entre 16 de Setembro de 1934 e 12 de Julho de 1936. Desde que se iniciou o folhetim, até 23 de Junho de 1935, a publicação foi regular. Nessa data, devido à partida do escritor para a o continente americano, o romance ficou inacabado, só sendo recomeçado em 7 de Junho de 1936, devido aos insistentes pedidos dos leitores, que queriam saber como terminaria a história.

Só nessa altura se sabe quem é o autor do romance. José Rodrigues Miguéis iniciara a publicação da obra sob o pseudónimo de Ch. Vander Bosch, autor belga, aparecendo o seu nome apenas como tradutor da obra.

Em 1958 a obra surgiria em livro, tendo-lhe o autor introduzido um texto no início, “À laia de introdução”, e um posfácio, “Começo e fim de uma aventura”.

A obra narra as atribuições de um português, Zacarias d’Almeida, natural de Alcanhões, enredado numa situação de troca de identidades, por terras do norte da Europa.

A construção do romance segue uma trama cheia de intensidade, deixando o leitor na perspetiva de pensar que já percebeu toda a intriga, e, de repente, ver tudo a baralhar-se novamente. A ação segue um ritmo fulgurante, cheio de peripécias e incidentes, prendendo sempre a atenção do leitor.

Não deve o leitor também deixar de apreciar o humor cáustico de José Rodrigues Miguéis sobre as instituições da época, e ver a atualidade de algumas observações cerca de 70 anos mais tarde.

Trata-se de uma obra única no panorama da literatura policiaria em Portugal, pela construção do enredo e pela própria construção narrativa, que deixa o leitor a duvidar sobre quem será o narrador.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 183

 

Eis o último problema do Torneio do Cinquentenário de Mistério Policiário, O roubo dos diamantes, do Inspetor Pevides Foi publicado no dia 1 no Blogue Momento do Policiário.


Problema n.º 12 - O roubo dos diamantes

 O inspector Lourenço levantou-se nesse dia um pouco zonzo. Na noite anterior havia cometido alguns excessos quer na comida quer na bebida.

  - Dias, não são dias! Pensava entre dentes.

  Bem. Entre dentes não se pensa, mas…

  O facto é que os copos tinham produzido um efeito que não lhe trazia grande lucidez.

  Ligou a rádio, a telefonia que nunca dispensava e o noticiário lá ia arengando as últimas:

  “O novo filme de Charlie Chaplin, Luzes da Ribalta espera-se que estreie em breve …”

 “Baptista Pereira (não sei quê…) um recorde de permanência…”

 "Houve ontem um terramoto na Califórnia que provocou doze mortos…”

  “Os Jogos Olímpicos continuam e Zátopek é favorito às medalhas que aliás já ganhou em jogos anteriores.”

 Enquanto escutava, iniciou as rotinas habituais: higiene, pequeno-almoço, etc…

   O telefone retiniu: - Lourenço?

  Resmungou entre dentes (agora já foi bem aplicado)  - quem havia de ser?

  Ouviu o recado urgente. Tinha de ir a Évora tratar de um caso de roubo. Continuou a resmungar. Não gostava do nome que lhe tinham dado. Mania dos antigos de dar o nome do santo do dia! Quarenta anos feitos ontem. Daí os copos a mais … bom, vamos à vida.

 De Lisboa a Évora era viagem longa e cheia de peripécias naqueles tempos. O agente Mértola foi quem conduziu a viatura policial. Apesar de tudo chegaram a tempo de almoçar e pouco depois já interrogavam a presumível vítima do roubo.

 Era um sujeito estranho, de má catadura, semblante fechado e mal disposto, que vivia num casarão isolado e rodeado de criadagem que, habitualmente lhe servia também de guarda-costas ou seguranças como se queira entender.

  Dedicava-se ao comércio (legal) de diamantes. Tudo fiscalizado e de contas em dia. Limitava-se a comprar e a vender.

 Apurou-se que era uma referência, um “expert” no assunto e depois de interrogado, limitou-se a descrever o assalto de que tinha sido alvo.

 Falou então:

 Ontem à noite, estava a escolher pedras a fim de lhes fixar preço, quando dois homens entraram subitamente no meu gabinete. Logo por azar tinha dado folga aos meus criados mais decididos. Ficou apenas um velhote que já dormia e não deu por nada.

 Os homens vinham com a cara tapada. Barretes negros esburacados no sítio dos olhos e armados de caçadeiras.  Confesso que me assustei e não consegui reagir.

 Levaram todas as pedras que estavam, felizmente, no seguro por 320 contos de réis. No entanto, depois de as analisar, considerei o seu valor em pelo menos 400.

 Quando saíram, espreitei pela janela e vi-os de roupas escuras dirigirem-se para um automóvel azul-escuro, tipo americano, grande banheira, talvez Dodge ou Pontiac. A noite estava estrelada e limpa e o luar ajudou-me a distinguir estes pormenores.

  Fim de depoimento.

 As peritagens que foram mais tarde efectuadas, mostraram que havia marcas de dois pares de botas de sola de borracha em ambas direcções do percurso entre os sulcos de pneus a cerca de cinquenta metros da casa e o gabinete. Os acessos de terra batida ajudavam a imprimir vestígios quer das botas quer dos pneus.

 O rasto dos pneumáticos do referido automóvel, apesar de misturados com outros, puderam ser identificados, mas perdiam-se ao entrar na estrada alcatroada. Impossível saber para onde se dirigiam.

Perguntas :
       - Roubo real ou simulado ?
       - Justifique.


NOTA FINAL :
Os projectos de solução a este problema, deverão ser enviados impreterivelmente até ás 24h00 de 31 de dezembro de 2025, via electrónica ( WEB ), para o endereço de e-mail : viroli@sapo.pt

ou

por via Postal ( CTT ) para : Luís Manuel Felizardo Rodrigues ( O Gráfico ) , Praceta Bartolomeu Constantino n.º 14 – 2.º esq.º FEIJÓ | 2810 – 032 ALMADA .



  P R É M I O S  


Além dos prémios em disputa ao longo do torneio, constantes da Lista Oficial que está descrita no Regulamento, serão sorteados em cada Problema Policiário - nas doze Provas! - os seguintes prémios:

1 Livro de Problemas Policiários e Soluções de M. CONSTANTINO, Oferta de Salvador Santos, juntamente com um Bloco de Apontamentos da Tipografia Lobão, Oferta de José Silvério, para sortear entre os concorrentes totalistas.

1 Conjunto de 12 Postais Ilustrados de Montemor-o-Novo, Oferta de Francisco Salgueiro, para sortear entre todos os concorrentes não totalistas

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

A Página dos Enigmas nº 182

 


Mais um espaço neste blogue. Aqui, mensalmente, irão sendo publicados alguns contos de policiaristas e não só. Irão ser privilegiados os policiaristas portugueses, não por qualquer laivo de chauvinismo, mas porque este é mais um espaço que permitirá divulgar o que escrevem

Começamos com um conto que ficou classificado em 3º lugar em 2005 no jornal Público, no Concurso de Contos na modalidade Policial


O riso do destino

Autor: Paulo


           O chão lamacento da berma da estrada afundava-se debaixo dos sapatos. Jorge caminhava com passo firme, intencional, num sentimento que o seu rosto inexpressivo não mostrava. Olhava surpreendido tudo o que o rodeava: as árvores, as casas, os carros que passavam, as pessoas que com ele se cruzavam e que não o reconheciam, ou que fingiam não o reconhecer.

Treze anos. Fora muito tempo a ver o sol através do gradeamento de quadrados, ou pelo bordo superior dos muros do pátio. Tinham sido muitos anos sem poder respirar a brisa livre. Apenas a inspirar aquele ar, prisioneiro como ele, que embatia nos muros, nas paredes da cela, e que parecia ser sempre o mesmo: poluído, infecto, morno; com um sabor tão diferente do que ele aspirava agora sofregamente.

Treze anos a pagar um crime que não cometera, punido por uma culpa que não era sua. Treze anos de tristeza, amargura e revolta, a cismar sobre quem cometera o crime. Treze anos a recordar todos os pormenores, a recriar todos os movimentos, tentando encontrar a pista que o pudesse levar ao criminoso. A pista que a polícia não encontrara. Treze anos...Alberto aparecera morto com a garganta cortada. Jorge fora o principal suspeito.

Luta de amores. Luta pela Evelina. A sorte pendera para o seu lado, e a amizade de Alberto, que vinha desde a infância, perdera-se. A luta tornara-se real. Se não tivessem sido separados, talvez um ficasse morto nesse momento. Mas o destino não quisera assim. A tragédia tinha a hora marcada para mais tarde.

Como aparecera o seu porta-chaves junto do corpo? Treze anos à procura de explicação.

Talvez o tivesse perdido. Dois dias antes do crime estivera no local onde aparecera o corpo de Alberto, acompanhado por Evelina. Mais um encontro furtivo. Era o local onde deixavam correr a sua paixão impaciente. Talvez na sofreguidão dos movimentos, no meio do caos dos sentidos, o porta-chaves tivesse caído. Não dera pela sua falta, mas também raras vezes necessitava da chave para entrar em casa. Mas havia mais para explicar. Poderia decifrar o aparecimento do objeto, mas não conseguia explicar a morte de Alberto. Porque fora morto naquele local tão importante para si e para Evelina?

Depois fora o julgamento, em que ele não considerara importante mencionar o que fazia tantas vezes no local do crime. Nunca pensara que isso fosse importante. Preferira resguardar a mulher que amava. Sempre achara que bastaria dizer que já lá estivera antes. Mas não fora suficiente. Fora condenado. Depois Evelina sumira-se da sua vida. Ainda o visitara uma ou duas vezes e depois volatilizara-se.

Agora, Jorge caminhava novamente ao seu encontro. Não para reviver a paixão, apenas para esclarecer o passado.

Tirou o lenço de pano do bolso e assoou-se ruidosamente. A falta de hábito de andar à chuva constipara-o nas poucas horas que passara fora da prisão.

Treze anos depois, Evelina regressara. Porque aceitara vê-la, quando ela, surpreendentemente, aparecera na prisão para o visitar? Não sabia.

Curiosidade? Não conseguira classificar os seus sentimentos.

Ela aparecera. Mais velha, um pouco mais redonda, mas linda como sempre, com os olhos negros a parecerem atravessá-lo, e a fazerem com que esquecidos sentimentos, que ele julgava perdidos, voltassem a emergir. Contara-lhe uma história incrível. Casara com Henrique. O menino rico da aldeia. Aquele que se julgava dono de tudo e de todos. Jorge lembrava-se dele a tentar arrastar a asa a Evelina, mas sem ter qualquer possibilidade face aos dois concorrentes.

Evelina falara-lhe da solidão que sentira. Contara-lhe do apoio que Henrique lhe prestara nas horas difíceis que vivera. Informara-o do sentimento que os fora ligando e que os levara ao casamento. Mas contara-lhe mais. Descrevera-lhe como recentemente descobrira que fora o homem com quem estava casada que matara Alberto. Henrique falava de noite, e a dormir descrevera tudo. Referira, como na mesa do café, no meio de uma brincadeira de amigos, conseguira tirar-lhe o porta-chaves, e como o utilizara um dia depois. Contara como de um só golpe se livrara de dois adversários.

Evelina fora ter com Jorge a confidenciar-lhe o segredo. Não sabia o que fazer. Henrique, depois de acordado, negara tudo chamando-a louca. Que se ela contasse a alguém seria internada num manicómio. Mas ela precisava de desabafar. Correra à prisão para lhe contar, sendo essa também uma forma de aliviar a consciência, confessando-lhe que chegara a acreditar ser ele o assassino. A solidão atirara-a para Henrique, atitude de que se sentia arrependida, e que estava disposta a tentar remediar.

Que fazia ele, agora, a caminho da casa de Evelina? Porque escrevera a dizer-lhe que a iria visitar? Porque lhe prometera que os seus primeiros passos, assim que se visse em liberdade, o encaminhariam para ela? Não sabia. Era como se uma mão invisível o empurrasse. Rever Evelina? Vingar-se de Henrique? Eram muitas as questões que buliam dentro da sua cabeça e não encontravam resposta. Havia também algumas lacunas no relato de Evelina que ele pretendia esclarecer.

 À porta da casa viu o rosto aflito de Evelina. Segurou-lhe as mãos. Gaguejava, balbuciando sons desconexos, arrastando-o consigo. Ao transpor a porta do que lhe parecia ser uma sala de jantar, devido à grande mesa que ocupava parte do espaço, sentiu um baque. Um homem, que ele conseguiu reconhecer como sendo Henrique, jazia no chão com o peito cheio de sangue. A sua primeira reação foi fugir, mas parou a tempo. O destino ria-se dele novamente. Decidiu enfrentá-lo. Fugir seria uma prova de culpa.

Evelina contou-lhe tudo o que se passara. Henrique descobrira a visita que ela fizera à prisão. Encontrara a carta que ele enviara e ficara louco de ciúmes. Apontara-lhe a caçadeira carregada, mas depois disse-lhe que ficaria à espera. Dissera que primeiro o mataria a ele e depois pensava no que lhe faria a ela.

Fora o medo que lhe guiara as mãos. Num momento em que ele pousara a arma, ela pegara-lhe e atirara. Acontecera poucos minutos antes de Jorge chegar.

Enquanto falava, abraçava-se a Jorge, chorando, pedindo-lhe para partir. Dizia-lhe que se soubessem que ele lá estivera, ninguém o salvaria da prisão outra vez, mesmo que ela confessasse o crime. O melhor era ele desaparecer. Ela ocultaria a sua presença, e atiraria com as culpas para um ladrão. Dar-lhe-ia uns minutos para que ele fugisse e depois chamaria a guarda.

Quase que o empurrou da porta para fora. As lágrimas corriam-lhe pela face enquanto o via partir. Ele, sem palavras, inerte, abúlico, obedecia-lhe como um autómato.

Desviou-se da estrada principal, tentando não ser visto. Afastava-se da casa, confuso. Sentia-se um enviado da morte. Um criador de tragédias.

A chuva transformara-se num chuvisco persistente que afastava as pessoas da rua. Com um pouco de sorte ninguém o veria. Pensou que deveria ter trazido a carta que escrevera a Evelina. Se caísse nas mãos das autoridades, ele estaria perdido. De nada lhe valeria o que Evelina contasse. A carta seria fatal. Pensou em voltar atrás. Parou, decidido a retroceder, mas considerou que seria demasiado perigoso. Decerto que Evelina faria a carta desaparecer.

O chão molhado amolecia a terra, obrigando os sapatos a enterrarem-se. Os pés molhados fizeram-no espirrar. Pôs a mão no bolso para retirar o lenço. Estacou subitamente. Remexeu os bolsos todos, na esperança que o tivesse trocado de sítio.

Um feixe luminoso rasgou-lhe a mente. Finalmente compreendera. Esclarecera treze anos de dúvidas. O lenço desaparecera.